Em uma eleição que terá 28 candidatos a deputado, entre estadual e federal, domiciliados em Ribeirão Preto, a diferença entre eles é o que pode render o voto dos mais de 430 mil eleitores da cidade.

A estratégia dos postulantes é justamente apostar em seus trunfos, como ter participado de movimentos sociais, de entidades de classe e até mesmo de seu histórico familiar.

Já os deputados que buscam a reeleição contam com a visibilidade natural conquistado ao logo do mandato.

Além de estar em seu terceiro mandato consecutivo na Assembleia Legislativa, o deputado Baleia Rossi (PMDB) ainda é o mandante do partido no Estado de São Paulo.

Diferente de outros candidatos, o peemedebista sai na frente da disputa porque conta com o apoio de lideranças do partido em várias cidades do interior paulista.

Segundo Baleia, o fato de ser conhecido não é o fator principal que rende votos. “Eu sou conhecido, mas isso não é garantia de voto. Durante a campanha, eu vou ter que trabalhar como qualquer outro candidato. Vou ter de gastar sola de sapato”, diz.

O peemedebista concorrerá neste ano a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Já o deputado estadual Rafael Silva (PDT), candidato a reeleição, conta a seu favor os cinco mandatos consecutivos.

Entre os trunfos do pedetista constam o apoio de entidades filantrópicas de cidades da região e o fato de ser radialista.

“O número de mandatos até pode ser uma vantagem em relação aos candidatos novos. Já o trabalho social reflete em reconhecimento”, diz.

Ex-prefeito de Ribeirão, o deputado estadual Welson Gasparini (PSDB) conta com um eleitorado fiel, além de ter influência em entidades de classe e do apoio de lideranças do PSDB.

Se eleito, representará todos, e não um segmento

Eu até acho interessante os candidatos divulgarem seus trunfos. Assim, o eleitor terá condições de saber onde ele transita na sociedade e sua origem. Entretanto, o detalhe mais importante é o eleitor conhecer qual a visão dos respectivos candidatos em relação a vida pública e quais são seus principais projetos. Até porque, caso seja eleito, ele não representará um segmento específico, mas toda a coletividade. Se foi eleito com votos dos evangélicos, ele não legislará apenas em favor dos evangélicos, mas de todos. Muitos candidatos se lançam sem saber a verdadeira função de um deputado - seja estadual ou federal. Para o candidato estadual, ele precisa conhecer o seu Estado. Já o federal precisa ter uma visão de União. Sobre os candidatos radialistas ou apresentadores de televisão, eles acabam saindo na frente na disputa porque estão mais expostos publicamente.

Maximiliano Martim Vicente
Cientista político

Veteranos da política têm visibilidade dos últimos anos a favor, mas dizem que terão de trabalhar muito (Imagem: Infográficos / A Cidade)