Em 45 minutos de depoimento na Justiça Federal de Ribeirão Preto na tarde desta sexta-feira (19), a ex-prefeita Dárcy Vera negou que tenha cometido crimes na execução de um convênio de R$ 2,2 milhões assinado pela prefeitura com o Ministério do Turismo em 2010 para publicidade na prova Stock Car. Os recursos foram indevidamente repassados à Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), que por sua vez entregou à empresa Vicar.

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“É muito difícil, no papel de prefeita, conferir nota por nota, ou pegar uma fita métrica e medir o tamanho de um camarote (...). Eu não tenho aptidão técnica”, disse a ex-prefeita. “Quando chegava para mim (as documentações da prefeitura), eu apenas assinava”, respondeu ao ser interrogada pelo juiz Eduardo José da Fonseca, da 7ª Vara Federal.

O Ministério Público Federal (MPF) acusa Dárcy por crime de responsabilidade e dispensa indevida de licitação e pede que e ela devolva R$ 2,5 milhões aos cofres públicos. O processo não tem relação com a Operação Sevandija.

Segundo a Procuradoria, nem prefeitura nem a CBA conseguiram comprovar a execução dos serviços pela Vicar. Não havia, na prestação de contas, notas fiscais, apenas recebidos simples.

Dárcy alegou, em depoimento, que como prefeita não tinha a função de analisar as prestações de contas.

“Trabalhei muito para promover Ribeirão Preto, não medi esforços. E me vejo aqui diante de uma situação que não fui eu quem provoquei. Eu não sou técnica para isso. Existem técnicos e pessoas aptas para isso. Eu confiei, eu assinei. São dez mil servidores, entre dez mil servidores eu, Darcy vera, teria competência para isso. E isso aconteceu”, disse Dárcy.

Após o interrogatório da ex-prefeita, sua defesa e o MPF abriram mão de produzir novas provas. A expectativa é que a sentença seja publicada no primeiro trimestre deste ano. Dárcy retornará para Tremembé. A defesa pediu que ela retornasse ainda nesta sexta-feira, mas ACidade ON não conseguiu confirmar quando será a viagem.

Dárcy Vera prestou depoimento na tarde desta sexta-feira (19) (Foto: Reprodução / Justiça Federal)