Prefeitura de Ribeirão Preto não sabe o destino de dinheiro arrecadado com aluguel

17/11/2017 08:06:00

Pela quantidade de eventos e valor do aluguel, estimativa é que o montante chegue perto dos R$ 200 mil

F.L.Piton / A CIDADE
Parque recebe praticamente todas as grandes festas da cidade (foto: F.L.Piton / A Cidade)

 

A Prefeitura de Ribeirão Preto não tem registro do destino do dinheiro arrecadado com o Parque Permanente de Exposições ao longo do ano de 2016. Pelo número de eventos que o local recebeu e pelo valor dos aluguéis de 2017, a estimativa é que o montante chegue perto dos R$ 200 mil.

A informação foi levantada pelo vereador Orlando Pesoti (PDT), que já solicitou providências junto ao Ministério Público e ainda pretende abrir CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o caso.

Esportes

Entre julho de 2015 e outubro de 2017, o Parque Permanente de Exposições foi gerenciado pela Secretaria de Esportes - antes disso era de responsabilidade da Coderp. O responsável pela pasta de Esportes, entre agosto de 2014 e setembro de 2016, era Layr Luchesi Júnior.

Luchesi só deixou a secretaria após a deflagração da Operação Sevandija, em 1º de setembro de 2016. Atualmente ele está preso exatamente por conta da Sevandija.

O A Cidade solicitou, via a-mail, o demonstrativo de arrecadação dos aluguéis com o Parque Permanente de Exposições entre 2009 e 2015, anos em que o governo municipal foi administrado pela ex-prefeita Dárcy Vera (que também está presa pela Sevandija).

A prefeitura informou que precisa de mais tempo para levantar as informações, mas confirmou que não há registro de entrada dos aluguéis arrecadados no ano passado. 

Inquérito policial

O promotor criminal Naul Felca afirmou que a situação “é muito grave”. “Vou solicitar a imediata instauração de inquérito policial para apurar o caso”, disse Naul. A coluna procurou algumas empresas que realizaram eventos em 2016 (foram 25 no total) no Parque Permanente e todas garantem que realizaram os pagamentos corretamente para a prefeitura. A reportagem tentou contato com o advogado Fábio Boleta, que defende Layr Luchesi na Sevandija, mas ele não atendeu as ligações.

‘Descalabro’, diz secretário

As respostas obtidas pelo vereador Orlando Pesoti são assinadas pelo atual secretário de Governo, Nicanor Lopes. “Não foi deixado nenhum registro oficial, nenhum processo, nenhum documento e nem valores arrecadados no referido período (2016), sendo notório o descalabrado administrativo da gestão anterior”, escreveu Nicanor Lopes. Por conta da situação, Pesoti protocolou ontem requerimento solicitando a abertura de uma CPI. “A situação é de extrema preocupação e merece uma CPI”, justificou.



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