Ex-diretor Luiz Mantilla confirma que vai depor à CPI do Daerp

28/06/2017 16:15:00

A oitiva será realizada nesta quinta-feira (29), às 14h30 no plenário da Câmara de Ribeirão Preto

Weber Sian / A Cidade - 05.ago.2015
Mantilla fechou acordo de delação premiada com a Sevandija e se mudou para a baixada santista (Foto: Weber Sian / A Cidade - 05.ago.2015)

 

O ex-diretor do Daerp, Luiz Alberto Mantilla, aceitou depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura supostos desvios de verba no contrato da autarquia com a empresa Aegea.

A informação foi confirmada pelo presidente da CPI, o vereador Marcos Papa (Rede). A oitiva ocorrerá amanhã (29), às 14h30 no plenário da Câmara. Também estão convocando as nove pessoas que eram responsáveis pela comissão de licitação do Daerp na gestão passada.

“Nos queremos saber o motivo dos fiscais designados a acompanhar a obra da Aegea nunca terem ficado sabendo disso. Ou seja, de acordo com o que aponta a investigação, as medições eram realizadas da forma que o Mantilla queria”, afirmou Marcos Papa. Após as oitivas de amanhã, a CPI pretende encaminhar o encerramento das investigações para que o relatório seja encaminhado para o Gaeco e a Polícia Federal.

“A meta é saber também se o esquema de corrupção tinha a conivência de funcionários do Daerp. Se isso ficar comprovado, pedimos providências para a prefeitura também”, concluiu Papa.

Também integram a CPI os vereadores Bertinho Scandiuzzi (PSDB), Orlando Pesoti (PDT), Elizeu Rocha (PP) e Marinho Sampaio (PMDB). Além de Mantilla, o esquema de corrupção envolvia o ex-superintendente do Daerp, Marco Antonio dos Santos, e as empresas Quiron e Vlomar.

Ele pode ficar calado

Mesmo confirmando que Mantilla vai comparecer à oitiva, a CPI não tem como garantir que ele vá responder as perguntas. No entando, o vereador Marcos Papa afirma que no acordo de delação premiada, Mantilla assumiu o compromisso de colaborar com todas as frentes de investigação.

Bloqueio de R$ 18 milhões

Entre as metas da CPI, também está ressarcir os cofres do Daerp. No ano passado, por sugestão da comissão, o Gaeco e a Polícia Federal pediram o bloqueio de R$ 18 milhões do patrimônio da Aegea. Até agora a CPI realizou 12 reuniões, além de uma diligência na sede do Daerp.

Ação contra Tanielson Campos

A empresa Aegea entrou, em abril, com uma ação de calúnia, injúria e difamação contra Tanielson Campos, que assumiu de forma interina a gestão do Daerp após a deflagração da Operação Sevandija, em setembro de 2016. Na oportunidade, Tanielson determinou uma auditoria na autarquia. Esse pente-fino apontou que a empresa Aegea teria recebido R$ 7,2 milhões a mais que apontaram as medições da obra. O valor total do contrato era de R$ 68,4 milhões e o Daerp chegou a pagar R$ 52,6 milhões.

Justiça já rejeitou queixa

A ação da Aegea foi rejeitada pelo juiz Junio Claudio Campos Furtado, da Vara Especial Criminal de Ribeirão Preto. De acordo com decisão publicada no Diário Oficial do Estado no dia 21 de junho, no caso não há a colocação de “conceitos próprios para denegrir a reputação um inimigo pessoal”. “Há diferença em ofender uma pessoa e relatar fatos que aconteceram entremeados de comentários”, escreve o juiz. “Ante ao exposto rejeita-se a queixa proposta pela Aegea contra Tanielson Campos”, finaliza o juiz.



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