Gerson Alves de Melo, dono da construtora, afirma que esteve uma única vez em obra da Câmara de Ribeirão Preto
O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Anexo, Otoniel Lima (PRB), pedirá para que o Ministério Público investigue a conduta do dono da Construtora Cedro, Gerson Alves de Melo, que deixou de acompanhar in loco as obras de ampliação da Câmara.
Em depoimento à comissão nesta sexta-feira (7), Gerson afirmou que esteve na obra em uma única ocasião e que o departamento técnico da empresa era o responsável pelo acompanhamento. O empresário chegou a sugerir que outros dois funcionários da construtora fossem ouvidos pela CPI. No entanto, o pedido foi rejeitado.
Sobre os valores da construção, Otoniel afirmou que Gerson nada esclareceu. “Ele não respondeu se o valor da licitação cobriria, de fato, o custo total da obra. A Cedro venceu a licitação ao apresentar a proposta de R$ 6,8 milhões. A Câmara já pagou R$ 6,4 milhões e a construtora quer mais dinheiro para terminar. Isso é um absurdo”, disse o vereador.
Na abertura da licitação, a Cedro havia apresentado, inicialmente, a proposta de R$ 8 milhões para construir o Anexo. No entanto, para continuar na disputa, concedeu desconto de 15% - baixando o valor para R$ 6,8 milhões.
“Agora, eles querem um aditivo de R$ 1,2 milhão. Então o desconto inicial não existiu. Foi um faz de conta”, disse Otoniel.
Principais erros na obra
Desde que a CPI iniciou as investigações da obra do Anexo, foram identificados vários erros, desde a falta de sistema elétrico, de rampa de acesso à ausência de janelas para ventilação natural. O professor da USP de São Carlos, engenheiro José Elias Laier, chegou a identificar uma mureta no meio da passagem.
Perícia em documento
A CPI quer também perícia para constatar a fraude em um documento assinado pelo ex-presidente da Câmara, Walter Gomes (preso em Tremembé), com a identificação da Secretaria de Obras, para atestar a qualificação técnica de outra empresa participante da obra, a Contec, que fez o projeto básico do Anexo.