CPI do Anexo vai pedir ao MP que investigue dono da Cedro

08/04/2017 11:13:00

Gerson Alves de Melo, dono da construtora, afirma que esteve uma única vez em obra da Câmara de Ribeirão Preto

Sílvia Morais / Divulgação Câmara Municipal de Ribeirão Preto
Comissão Parlamentar de Inquérito apura obra na Câmara (Foto: Sílvia Morais / Divulgação Câmara Municipal de Ribeirão Preto)

 

O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Anexo, Otoniel Lima (PRB), pedirá para que o Ministério Público investigue a conduta do dono da Construtora Cedro, Gerson Alves de Melo, que deixou de acompanhar in loco as obras de ampliação da Câmara.

Em depoimento à comissão nesta sexta-feira (7), Gerson afirmou que esteve na obra em uma única ocasião e que o departamento técnico da empresa era o responsável pelo acompanhamento. O empresário chegou a sugerir que outros dois funcionários da construtora fossem ouvidos pela CPI. No entanto, o pedido foi rejeitado.

Sobre os valores da construção, Otoniel afirmou que Gerson nada esclareceu. “Ele não respondeu se o valor da licitação cobriria, de fato, o custo total da obra. A Cedro venceu a licitação ao apresentar a proposta de R$ 6,8 milhões. A Câmara já pagou R$ 6,4 milhões e a construtora quer mais dinheiro para terminar. Isso é um absurdo”, disse o vereador.

Na abertura da licitação, a Cedro havia apresentado, inicialmente, a proposta de R$ 8 milhões para construir o Anexo. No entanto, para continuar na disputa, concedeu desconto de 15% - baixando o valor para R$ 6,8 milhões.

“Agora, eles querem um aditivo de R$ 1,2 milhão. Então o desconto inicial não existiu. Foi um faz de conta”, disse Otoniel.

Principais erros na obra

Desde que a CPI iniciou as investigações da obra do Anexo, foram identificados vários erros, desde a falta de sistema elétrico, de rampa de acesso à ausência de janelas para ventilação natural. O professor da USP de São Carlos, engenheiro José Elias Laier, chegou a identificar uma mureta no meio da passagem.

Perícia em documento

A CPI quer também perícia para constatar a fraude em um documento assinado pelo ex-presidente da Câmara, Walter Gomes (preso em Tremembé), com a identificação da Secretaria de Obras, para atestar a qualificação técnica de outra empresa participante da obra, a Contec, que fez o projeto básico do Anexo.



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