Reunião com sua base deve apresentar resultado na sessão de hoje, quando será votado mais um decreto legislativo
Após sofrer duas derrotadas consecutivas no Legislativo na semana passada ao ter decretos rejeitados, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) se reuniu ontem com 11 dos 12 vereadores de sua base aliada. O principal motivo foi pedir trégua e afinar o discurso para evitar a rejeição de novas medidas antipopulares do governo.
A reunião do tucano com sua base deve apresentar resultado na sessão de hoje, quando será votado mais um decreto legislativo para derrubar o do Executivo, que muda a data de pagamento dos servidores para o quinto dia útil.
Os vereadores que participaram do encontro já sinalizaram que vão rejeitar o projeto do vereador oposicionista Orlando Pesoti (PDT). Ao parafrasear o governador Geraldo Alckmin (PSDB) que “governar é escolher”, Nogueira esclareceu sobre o reajuste da tarifa da água e da CIP (Contribuição de Iluminação.
Líder da bancada do PP, Elizeu Rocha confirma que a reunião ajudará a estreitar a relação da base com o Executivo. Já André Trindade (DEM) afirmou que o momento exige compreensão dos 27 vereadores para recuperar Ribeirão.
Sem Líder, por enquanto
Na reunião de ontem, o prefeito não tratou de indicação de qualquer aliado político para ser líder do governo na Câmara. Especialistas ouvidos por A Cidade veem o caso com preocupação, já que a falta de diálogo, principalmente com a oposição, pode levar o Executivo a sofrer novas derrotadas. “Acho fundamental nomear interlocutor entre os dois poderes, principalmente porque temos uma oposição unida, articulada e coesa”, disse Jorge Sanchez, ex-presidente da Amarribo (entidade que luta contra corrupção no poder público).
Sem pressa para nomear
O secretário de Governo, Nicanor Lopes (PSDB), afirmou que a administração municipal não tem pressa para nomear o líder do governo. “Estamos com as portas abertas para os 27 vereadores. A relação será republicana e institucional, como está sendo”, disse. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Simões (PDT), defendeu a necessidade do interlocutor do Executivo para que os vereadores possam dialogar e recorrer quando houver dúvidas em relação aos projetos de autoria de Nogueira.
Análise - Que tipo de diálogo querem?
“Nos últimos oito anos, a relação entre Executivo e Legislativo em Ribeirão se deu por meio de compra e barganha. Por isso, antes de qualquer coisa, é preciso saber qual o tipo de diálogo que os vereadores querem ter. O caminho para apaziguar os ânimos entre os poderes é ouvir a sociedade. As derrotas dizem que a Câmara irá pedir um preço alto para mudar esse placar. E, para reverter esse cenário, a Prefeitura terá que ceder ou mobilizar a sociedade”. Fábio Pacano, Cientista político.