Waldyr Vilella foi substituído pelo vereador Rodrigo Simões (Foto: Milena Aurea / A Cidade)

Devido ao risco do processo de cassação dos nove vereadores investigados na Sevandija ser anulado por descumprimento de normas internas da Câmara, revelado na edição desta quinta-feira (20) pelo A Cidade, Waldyr Vilella (PSD) reununciou à relatoria do procedimento. Em seu lugar assume Rodrigo Simões (PDT).

A mudança ocorreu ontem, em reunião extraordinária do Conselho de Ética marcada às pressas após A Cidade mostrar que o Código de Ética e Decoro Parlamentar do Legislativo municipal proíbe o relator de pertencer “ao mesmo partido ou bloco parlamentar do vereador representado”. Vilella é correlegionário de Bebé, Genivaldo Gomes e Samuel Zanferdini, todos do PSD.

“Me afastaei para evitar qualquer questionamento futuro”, afirmou Vilella, que permanece na presidência do Conselho de Ética. Ele disse que não sabia do impedimento previsto na norma interna da Câmara.

Intenso

Novo relator, Rodrigo Simões prometeu “ritmo intenso” no andamento dos trabalhos. “Se for preciso, nos reuniremos de manhã, à tarde e à noite. Meu planejamento é ter um relatório pronto para ser votado até o dia 10 de novembro”, afirmou.
Segundo ele, hoje encerram as notificações dos vereadores, que a partir de então terão dez dias para apresentar a defesa.

Apesar da primeira reunião do Conselho de Ética para discutir a cassação ter ocorrido em 4 de outubro, somente anteontem o então relador, Waldyr Vilela, começou a notificar os acusados. A demora foi criticada por movimentos sociais. O vereador justificou que aguardava documentos da 4ª Vara Criminal, onde tramita a Sevandija.

O advogado especialista em gestão pública e direito eleitoral Gustavo Bugalho afirma que a troca da relatoria foi acertada, devido ao risco de uma decisão judicial anular o processo - que, se não for votado este ano, se torna inválido.

Suplentes são convocados por edital

Ontem, a Câmara publicou em jornais e no Diário Oficial o edital de convocação dos suplentes dos vereadores afastados do cargo por decisão judicial decorrente da Sevandija. Os partidos e coligações terão 15 dias para apresentar a documentação de quem irá assumir, já que alguns candidatos trocaram de partido após as eleições de 2012. A presidente interina da Câmara, Gláucia Berenice (PSDB), espera que já na próxima quinta-feira (27) ao menos três suplentes tomem posse.