Partidos apostam em megacoligações

23/08/2016 08:44:00

Levantamento feito pelo A Cidade revela que em algumas cidades há coligações com até 14 legendas

Partidos políticos apostaram na formação de “megacoligações” como estratégia para vencer a disputa pela prefeitura em dez dos principais municípios da região de Ribeirão Preto. Levantamento feito pelo A Cidade aponta que as alianças chegam a contar com até 14 legendas. Não haverá segundo turno nesses municípios. PSDB, PPS, PSD e PSB estão entre os partidos que adotaram essa estratégia.

Em Sertãozinho, por exemplo, o PSDB formou coligação composta com mais 13 partidos. Já o PPS firmou aliança com outras 12 legendas para concorrer em Serrana.

Enquanto o PSD tem apoio de mais sete partidos em Altinópolis, o PSB disputa o Executivo em Jaboticabal numa aliança com mais oito legendas.

O coordenador regional do PSDB, Fabiano Trigo, afirma que cada cidade tem sua realidade e que a união de vários partidos em torno de uma candidatura facilita a governabilidade, numa possível vitória nas urnas. “Muitas cidades não terão o segundo turno, então, tem que acertar no primeiro. A união de várias legendas dá força maior”, diz.

Trigo afirma que as grandes alianças são reflexo da disseminação de muitos partidos no Brasil.
Já o coordenador regional do PPS, Luiz Antônio de Oliveira, admite que a busca por uma aliança ampla se deve ao fato de o partido contar com pouco tempo para a propaganda eleitoral. “Com o tempo maior, temos condições de divulgar as propostas. Não acredito que, se os nossos candidatos forem vitoriosos, irão lotear a prefeitura”, diz.

A legislação eleitoral não limita o número de legendas em uma coligação. Entretanto, após a minirreforma eleitoral em vigor desde setembro do ano passado, a Justiça considera a soma do tempo de apenas seis partidos para a propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio.

Para o cientista político Maximiliano Martim Vicente, as grandes coligações podem trazer mais prejuízos que benefícios na administração de uma cidade, já que o prefeito eleito terá de conceder vantagens.

Análise - Estratégia Prejudicial

A formação de amplas coligações na disputa pelo Executivo torna-se um grande perigo, caso o candidato vença as eleições. Isso porque o prefeito eleito terá de lotear a administração municipal para atender aos pedidos dos aliados. Assim, o prefeito não consegue administrar uma cidade porque o governo ficará totalmente travado. Cada aliado tem uma visão sobre determinada questão e isso é muito ruim porque não há um consenso. Não vejo com bons olhos essas megacoligações pelos efeitos ruins que isso pode trazer para o município.

Avalio que os partidos políticos devem fazer coligações mais enxutas possíveis e buscar sempre partidos com ideologia parecida. Mesmo a legislação eleitoral prevendo que a soma do tempo de televisão e rádio é de apenas seis partidos, eu acredito que ainda é muito. Serão seis partidos compondo o governo municipal e cada um tem seus objetivos e interesses. É preciso alinhar o projeto administrativo com a ideologia, o que tem sido difícil. Maximiliano Martin Vicente, Cientista político.

 

Arte / A Cidade

 

 



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