Dois secretários de Dárcy e outros três do ex-prefeito Gasparini foram multados em R$ 6,3 mil pelo TCE
Dois secretários da prefeita Dárcy Vera (PSD) e outros três ex-secretários do ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB) foram multados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) em R$ 6,3 mil cada um por supostas irregularidades nas obras de revitalização das praças das Bandeiras e da Catedral, no Centro de Ribeirão Preto.
Entre as irregularidades, o TCE aponta o excesso de aditamentos do contrato, de nove ao total com a Ambiental Serviços, o que teria elevado o custo final de R$ 1.040 milhão para R$ 1,4 milhão.
Também foi apontado aumento, sem justificativa, na compra de piso do tipo ladrilho - cerca de 80% acima da quantidade prevista, que saltou de 5,7 mil metros quadrados para 10,3 mil metros quadrados. Em 2009, o A Cidade publicou uma série de reportagens que apontou problemas na revitalização das praças.
O conselheiro do TCE Dimas Eduardo Ramalho, responsabilizou pelas possíveis irregularidades os secretários Abranche Fuad Abdo (Obras) e Marco Antônio dos Santos, do governo Dárcy, além dos ex-secretários Antônio Nami (Adminitração) e José Aníbal Laguna e Wilson Luiz Laguna (Obras), todos do governo Gasparini (2005 a 2008).
Polêmicas
A obra, que iniciou em julho de 2008, tinha previsão de término em quatro meses. Entretanto, a prefeitura só concluiu quase dois anos depois.
Segundo o conselheiro, não foram apresentadas justificativas técnicas para o aumento na compra de ladrilhos, como não houve a indicação do local em que foram instalados. “A falta de planejamento administrativo resultou nas sucessivas prorrogações do prazo contratual”, consta em decisão do TCE.
Custos de obra são questionados desde 2009
Em agosto de 2009, o A Cidade publicou uma série de reportagens denunciando possíveis irregularidade nas obras de revitalização das praças das Bandeiras e da Catedral.
A primeira matéria, no dia 2 de agosto, a reportagem revelou que o jardim da praça custou oito vezes mais do que o preço de mercado. Uma das plantas, a Sálvia Vermelha, saiu 28 vezes mais em conta numa cotação do A Cidade em quatro lojas de paisagismo.
Na época, a construtora Ambiental disse que o custo de paisagismo caiu de R$ 120 mil para R$ 63 mil, o que privilegiou outros serviços na praça.
Já a reportagem do dia 11 revelou que os tapumes eram cinco vezes mais caro. De R$ 4,13 o metro quadrado, o custo saiu por R$ 25,86. Mesmo assim, a prefeitura manteve o projeto em andamento.
Ex-secretários vão buscar informações
Os outros dois secretários do ex-prefeito Gasparini, os irmãos José Anibal Laguna e Wilson Luiz Laguna, disseram que vão em busca de informações sobre o caso. Wilson, que chefiou a Secretaria de Obras, diz que na época foi a Secretaria de Infraestrutura que fez o contrato.
Já José Anibal afirma que o projeto foi bem feito e que houve compra de ladrilhos a mais, mas em pouca quantidade, simplesmente para padronizar as calçadas, de forma simétrica.
Procurados ontem, os secretários de Dárcy, Abranche Fuad Abdo e Marco Antônio dos Santos não foram encontrados. A prefeitura também foi questionada. Em nota, afirma que não foi notificada e deverá apresentar recurso.
Outro ex-secretário de Welson Gasparini, Antônio Nami, também não foi encontrado ontem.