Reforma polêmica das praças da Bandeira e da Catedral termina em multas

05/03/2015 09:23:00

Dois secretários de Dárcy e outros três do ex-prefeito Gasparini foram multados em R$ 6,3 mil pelo TCE

F.L.Piton / A Cidade
Praça das Bandeiras, com a Catedral de São Sebastião (foto: F.L. Piton / A Cidade)

Dois secretários da prefeita Dárcy Vera (PSD) e outros três ex-secretários do ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB) foram multados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) em R$ 6,3 mil cada um por supostas irregularidades nas obras de revitalização das praças das Bandeiras e da Catedral, no Centro de Ribeirão Preto.

Entre as irregularidades, o TCE aponta o excesso de aditamentos do contrato, de nove ao total com a Ambiental Serviços, o que teria elevado o custo final de R$ 1.040 milhão para R$ 1,4 milhão.

Também foi apontado aumento, sem justificativa, na compra de piso do tipo ladrilho - cerca de 80% acima da quantidade prevista, que saltou de 5,7 mil metros quadrados para 10,3 mil metros quadrados. Em 2009, o A Cidade publicou uma série de reportagens que apontou problemas na revitalização das praças.

O conselheiro do TCE Dimas Eduardo Ramalho, responsabilizou pelas possíveis irregularidades os secretários Abranche Fuad Abdo (Obras) e Marco Antônio dos Santos, do governo Dárcy, além dos ex-secretários Antônio Nami (Adminitração) e José Aníbal Laguna e Wilson Luiz Laguna (Obras), todos do governo Gasparini (2005 a 2008).

Polêmicas
A obra, que iniciou em julho de 2008, tinha previsão de término em quatro meses. Entretanto, a prefeitura só concluiu quase dois anos depois.

Segundo o conselheiro, não foram apresentadas justificativas técnicas para o aumento na compra de ladrilhos, como não houve a indicação do local em que foram instalados. “A falta de planejamento administrativo resultou nas sucessivas prorrogações do prazo contratual”, consta em decisão do TCE.

Arte / A Cidade
Entenda a polêmica das praças da Bandeira e da Catedral (Arte / A Cidade)

 

Custos de obra são questionados desde 2009

Em agosto de 2009, o A Cidade publicou uma série de reportagens denunciando possíveis irregularidade nas obras de revitalização das praças das Bandeiras e da Catedral.

A primeira matéria, no dia 2 de agosto, a reportagem revelou que o jardim da praça custou oito vezes mais do que o preço de mercado. Uma das plantas, a Sálvia Vermelha, saiu 28 vezes mais em conta numa cotação do A Cidade em quatro lojas de paisagismo.

Na época, a construtora Ambiental disse que o custo de paisagismo caiu de R$ 120 mil para R$ 63 mil, o que privilegiou outros serviços na praça.

Já a reportagem do dia 11 revelou que os tapumes eram cinco vezes mais caro. De R$ 4,13 o metro quadrado, o custo saiu por R$ 25,86. Mesmo assim, a prefeitura manteve o projeto em andamento.

Ex-secretários vão buscar informações

Os outros dois secretários do ex-prefeito Gasparini, os irmãos José Anibal Laguna e Wilson Luiz Laguna, disseram que vão em busca de informações sobre o caso. Wilson, que chefiou a Secretaria de Obras, diz que na época foi a Secretaria de Infraestrutura que fez o contrato.

Já José Anibal afirma que o projeto foi bem feito e que houve compra de ladrilhos a mais, mas em pouca quantidade, simplesmente para padronizar as calçadas, de forma simétrica.

Procurados ontem, os secretários de Dárcy, Abranche Fuad Abdo e Marco Antônio dos Santos não foram encontrados. A prefeitura também foi questionada. Em nota, afirma que não foi notificada e deverá apresentar recurso.

Outro ex-secretário de Welson Gasparini, Antônio Nami, também não foi encontrado ontem.



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