Em Ribeirão, subsídio congelado é alvo de 'fogo amigo'

02/03/2015 14:42:00

Prefeita Dárcy Vera (PSD) não aumenta salários de secretários desde 2009 e já é alvo de pressão

F.L. Piton / A Cidade
Dárcy congelou o salário em 2009. (Foto: F.L.Piton/A Cidade)

Enquanto o salário do prefeito de Sertãozinho chama a atenção por ser um dos mais altos do país – mais de R$ 28 mil -, o subsídio da prefeita de Ribeirão Preto, administrando uma cidade com 500 habitantes a mais, recebe críticas internas por ser baixo – R$ 17,3 mil.
Desde que assumiu o Palácio Rio Branco, em 1º de janeiro de 2009, Dárcy congelou seu salário, do vice e dos secretários. A estratégica que, a princípio, rendeu elogios, pouco tempo depois passou a ser motivo de grande pressão.
A pressão maior vem do próprio funcionalismo. Como nenhum servidor pode ganhar mais do que a prefeita, R$ 17,3 mil passou a ser o teto na prefeitura. Com o congelamento há seis anos, o salário de quase 100 servidores não conta nem mesmo com a correção inflacionária.
A insatisfação do grupo foi parar no Legislativo e, na última semana, os vereadores da base tentaram aprovar uma emenda à Lei Orgânica do Município prevendo reajuste anual – igual à inflação do período - no salário da chefe do Executivo, do vice e dos secretários. A proposta, porém, foi barrada, mas deve voltar a ser analisa.
Porém, Dárcy diz que, mesmo se aprovada, será vetada. “A economia brasileira passa por momentos delicados e as cidades têm sofrido com a falta de recursos. A prefeita Dárcy Vera afirmou que, neste cenário, não tem interesse em reajustar o salário até o final de sua legislatura”, frisou a nota da coordenadoria de Comunicação Social.

Incômodo
O congelamento de salários também incomoda os secretários municipais, que desde 2009 ganham R$ 6,5 mil – quase R$ 3 mil a menos do que os secretários de Sertãozinho.
“Tem uma quantidade enorme de funcionários ganhando mais do que nós, hoje, na prefeitura. Não digo que é injusto, porque eu não sou obrigado a permanecer no cargo, aceito essa situação. A decisão é da prefeita e ela diz que não é a hora, mas será que em seis anos não teve a hora certa nunca?”, brincou um dos secretários, que pediu para não ser identificado.
Outro secretário diz que só consegue se manter no cargo por ter uma renda extra. “Ganhar a mesma coisa há seis anos é complicado. Saber que tudo sobe nesse país menos o seu salário é, no mínimo, desconfortável”, afirma.



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