Juiz Gandini quer foco na saúde e na geração de empregos

15/09/2018 10:00:00

Disputando a eleição pelo PHS, Gandini aposta no fato de ser juiz aposentado para conseguir os votos para a vencer a disputa

Juiz Gandini (PHS) é candidato a deputado estadual (Foto: Weber Sian / A Cidade)

A CIDADE: Se for eleito deputado estadual, qual o principal objetivo do senhor?
JUIZ GANDINI: Para resumir, proponho uma mudança de postura na forma como os atuais deputados trabalham. Os mandatos têm sido reativos. O parlamentar fica lá esperando que as cidades demandem suas necessidades e aí ajuda aqui ou ali. Eu pretendo ter um mandato proativo. Conhecer todos os programas de governo e levar até as cidades as possibilidades para executar esses programas. A verdade é que principalmente as cidades muito pequenas não têm acesso sequer aos programas e as políticas públicas. O segundo ponto é conhecer profundamente os problemas do governo e as políticas públicas, acompanhar todos os projetos em andamento na Assembleia e o que está sendo discutido nas comissões. Com a minha experiência de juiz, passar tudo isso por uma análise profunda para que os projetos caminhem sem penduricalhos. Focar no que é sério e no que é correto.

Qual o primeiro projeto que o senhor pretende apresentar?
Tenho ideia de vários projetos para apresentar. Algumas coisas são prioritárias. Hoje, por exemplo, a criação de emprego é uma prioridade, a educação estadual não está em bom nível e precisa melhorar, a segurança pública é outra área que nos preocupa e, talvez, o setor que mais preocupa, é a saúde. Não é um projeto específico, é uma área de atuação que precisa ser bem cuidada.

Nesses dois anos, entre a eleição para prefeito e a eleição atual, o que o senhor fez na vida pública que o credencia ao voto?
Eu não sou político profissional e eu fiz nesses dois anos exatamente o que eu faço desde os sete anos quando trabalhava na roça. Eu trabalho. Trabalhei como advogado nesse período e, além disso, eu tenho uma atividade social intensa. Tenho trabalho na questão da moradia popular, das comunidades, entidades assistenciais, na cultura. Enfim, tem várias atividades que eu venho trabalhando no meu tempo disponível além da minha função profissional.

O senhor está no terceiro partido - já passou por PT e PSB -, antes do PHS. Por que ocorreram essas mudanças?
O Brasil não tem partidos, tem siglas. Temos 34 partidos e eu não conheço país que tenha 34 ideologias diferentes. Portanto, não são partidos tal qual a gente vê em outros países mais desenvolvidos. Eu entrei no PT e fiquei por um período de pouco mais de um ano. Percebi que não combinava com a minha história e sai. Fui para o PSB e fui candidato duas vezes sem nenhum apoio do partido. Então fui ao PHS, que não tem escândalos. A verdade é que eu escolhi um partido que não tem mensalão, não tem petróleo, não tem rodoanel. E digo mais, se o meu atual partido se envolver em escândalos eu saio outra vez.

O PHS, partido do senhor apoia Henrique Meirelles, do MDB de Michel Temer na disputa à Presidência. Em São Paulo, o PHS apoia Márcio França, do PSB, ex-partido do senhor. Não há contradição nessa situação?
Não. Em São Paulo o partido optou por fazer coligação com o Podemos e o PMB e apoiar a coligação do atual governador (Márcio França, PSB), que busca a reeleição. O PHS esteve no governo Alckmin (Geraldo, PSDB) e é uma sequência. Em relação ao Henrique Meirelles, é um apoio e não propriamente uma coligação. De forma que nós candidatos temos a liberdade de apoiar esse ou aquele presidente. Não sei ainda se vou votar (no presidenciável Meirelles).

Em junho, os deputados estaduais aprovaram a PEC 5, que aumentou o teto do salário dos servidores estaduais e municipais. A medida, que atualmente está suspensa por força de liminar, causa impacto de R$ 20 milhões ao ano nas contas da prefeitura. O senhor é favor da PEC?
Eu penso que o teto era mantido de maneira artificial. O que segurava era o salário do governador. Talvez fosse realmente justo que se alterasse o teto. O que eu penso é que o momento adequado não era esse. Nós estamos em um momento de crise, com 13 milhões de desempregados e, ao mesmo tempo, aumentando o teto de servidor público. Pode até ser justo, mas não era o momento.  

O senhor tem um histórico de atuação na área de habitação por causa do Moradia Legal. Se eleito, o que vai poder fazer nessa área como deputado estadual?
A política pública de habitação popular em São Paulo é muito falha. Nós temos hoje 97 favelas (em Ribeirão Preto). Quando eu terminei o projeto Moradia Legal só tinham 20. De 34 caiu para 20 e hoje são 97. Mas isso não é só Ribeirão, é no estado inteiro. Uma falha do Governo do Estado nessa área. E eu vou atuar para melhorar a política pública.

O senhor usa o fato de ter trabalhado como juiz como argumento para convencer o eleitor. A situação de ser juiz credencia um candidato ao voto?
Há uma descrença nos políticos e na política. E quando você fala que uma pessoa atuou durante 27 anos e meio como juiz, como professor universitário, é evidente que a pessoa para e pensa. É uma pessoa séria, honesta, estudiosa e está aposentado e não depende da política. O fato ter sido é fator decisivo para a escolha do voto nesse momento, já que as pessoas estão desacreditadas da política de forma geral.  

João Donizeti Gandini
Nome da urna: Juiz Gandini
Partido: PHS
Idade: 62 anos
Profissão: Juiz aposentado
Carreira: Quarta eleição (Disputou a prefeitura de Ribeirão Preto duas vezes 2012 e 2016 e ficou com suplente de deputado estadual em 2014) 




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