CPI aponta caixa dois na secretaria de Esportes na gestão Dárcy

19/04/2018 17:07:00

De acordo com funcionário da pasta, o dinheiro em espécie dava entrada na pasta com autorização do ex-secretário Luchesi

Marcelo Enderlei Nunes presta depoimento à CPI do Parque Permanente de Exposições na manhã desta quinta-feira (19) na Câmara de Ribeirão
 

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ATUALIZADA ÀS 20h02 

A Secretária de Esportes possuía, entre 2015 e 2016, um caixa dois, abastecido com dinheiro em espécie oriundo de alugueis do Parque Permanente de Exposições. A informação foi levantada nesta quinta-feira (19), pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investiga irregularidades no caso.  

Marcelo Enderlei Nunes, comissionado da Secretaria de Esportes foi quem fez a revelação. Ele esteve na pasta na gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido) e retornou na administração Duarte Nogueira (PSDB)  

A Secretaria de Esportes, que era comandada por Layr Luchesi, era responsável pelo Parque Permanente. De acordo com uma planilha apresentada por Marcelo, valores de alugueis de até R$ 8 mil eram pagos em espécie na própria secretaria.  

Esse dinheiro ia para um cofre e era usado para compra de produtos e até reformas que a Secretaria de Esportes fazia. Em muitos casos, Marcelo fazia compras e pagava contas com o próprio cartão de crédito e depois era reembolsado com o dinheiro do cofre.  

Para o presidente da CPI, Orlando Pesoti (PDT), a situação beira o absurdo. O vice-presidente Elizeu Rocha (PP) defende que os envolvidos no caso respondam por improbidade administrativa. Lincoln Fernandes (PDT), afirma que ficou claro que o recurso, em nenhum momento, foi usado para a manutenção do Parque Permanente.  

Pesoti agora, através da CPI, deve solicitar à Justiça que Luchesi seja ouvido na penitenciária de Tremembé está preso por causa da Operação Sevandija.  

Outro lado 

Em nota, a defesa de Luchesi afirmou que todos os contratos de aluguéis eram elaborados pela Secretaria da Casa Civil e todas as guias de recolhimentos eram pagas diretamente na Secretaria da Fazenda.  

"Os contratos de pequenos valores eram pagos para o então diretor administrativo Marcelo Enderlei Nunes, conforme contratos e recibos equivalentes, que o mesmo administrava", informou o advogado Fábio Boleta, através de nota. A defesa de Luchesi diz que o ex-secretário nunca recebeu nenhum aluguel.  

"O Diretor Administrativo Marcelo organizava em livro caixa e planilha de entradas e saídas. As saídas destes recebimentos menores eram para pequenas manutenções rotineiras como por exemplo: troca de lâmpadas, sacos de lixos, reparação de telhado, troca de pisos, tudo devidamente comprovado com notas e cupons fiscais", finalizou a defesa de Luchesi.  

Já a pasta de Esportes informou, também por nota, que o depoimento de Marcelo à CPI "não interfere no excelente serviço que ele exerce dentro da secretaria".



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