Polícia conclui análise de documentos e sobe número de envolvidos na Operação QI

31/07/2015 17:50:00

Número de concursos investigados foi de 5 para 27 e licitações de 7 para 35; 29 pessoas foram indiciadas e 14 estão presas

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Com a análise de documentos iniciais, Operação QI terminar fase comandada pela unidade de Ribeirão Preto da Polícia Civil (Foto: Reprodução/EPTV)

A Polícia Civil concluiu a análise de vários documentos e nesta sexta-feira (31) divulgou novos números sobre a Operação QI, que investiga fraudes em licitações e concursos públicos. O número de concursos investigados subiu de cinco para 27, enquanto as licitações foram de sete para 35.

Nas investigações mais recentes, a polícia encontrou, na sede de uma empresa vencedora de licitações, nomes, logos e papéis timbrados de outras companhias, concorrentes. No entanto, elas faziam parte do esquema e entravam nas licitações apenas para cumprir o mínimo de participações necessárias e não levantar suspeita.

Cada interessado desembolsava de R$ 3 mil a R$ 35 mil para conseguir uma vaga no setor público. O maior suborno pago foi para o cargo de assessor jurídico de Jaboticabal.

"Nós encontramos os gabaritos originais, preenchidos quando os candidatos realizaram a prova. Fizemos a revisão, com base nos editais publicados pela empresa e pela Prefeitura [de Jaboticabal], e identificamos que os três primeiros colocados não obtiveram, no gabarito que eles preenceram no dia da prova, a mesma nota da que foi publicada no edital de resultado final", explicou o delegado Gustavo André Alves.

A estimativa é que a quadrilha tenha faturado pouco mais de R$ 2 milhões de 2014 em diante. Investigações de anos anteriores não foram possíveis por falta de provas, segundo Alves.

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Alves não descarta o envolvimento de prefeitos nas fraudes (Foto: Reprodução/EPTV)

"Após realizarem as provas e transcorrerem todas as publicações de editais, como resultado final, homologação e transcurso dos prazos de recuros, as empresas, de algum forma, inutilizam o material do concurso, como gabaritos e cadernos de questões."

Além de ter acabado com a quadrilha, a Polícia Civil comemora o fato de que executivos do alto escalão do poder público foram pegos. Entre eles estão os secretários de governo de Ipuã, Motuca e Miguelópolis. A participação de prefeitos não está descartada.

Ao todo, há investigações em 17 cidades, concentradas principalmente nas regiões e Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Na próxima fase da operação, os casos ficarão sob responsabilidade da delegacia de cada município.

Até o momento, 29 pessoas foram indiciadas na Operação QI, 14 continuam presas e 14 respondem em liberadade. O empresário Victor Toyoji Nozaki, de Ribeirão Preto, está foragido.

Ouça o boletim de Rodrigo Prioli.



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