Mãe acusa ONG de usar nome do filho com deficiência para arrecadar dinheiro

12/04/2018 17:58:00

Segundo a denunciante, instituição dizia que valor seria destinado ao tratamento da criança; ONG nega as acusações

Ana Luiza Ferreira afirma que ONG usou nome de seu filho para pedir doações (Foto: Ricardo Canaveze / A Cidade) 


A mãe do pequeno Arthur Henrique Faria Neves, de dois anos, acusa uma ONG (Organização Não Governamental) de Ribeirão Preto de usar o nome do seu filho para pedir doações de dinheiro com a justificativa de que o valor seria destinado ao tratamento da criança com deficiência.

Ana Luiza Ferreira, 19, conta que o filho estava na ONG Colmeia, mas que há dois meses deixou a instituição. A criança é portadora de encefalocele uma malformação no sistema nervoso e necessita de cuidados especiais, como alimentação por sonda.

"Resolvi trocar porque muitas vezes faltava leite para o meu filho, faltavam fraldas. E sei que a ONG tinha condições de ajudar, pois tinha o dinheiro das doações", contou.

Após ter deixado a instituição, a mãe conta que a diretora da ONG Colmeia chegou a assinar um terno de que não mais iria usar o nome de Arthur para pedir donativos em nome da criança, mas isso não teria ocorrido.  

"Eu tentei entrar em um acordo amigável. Já que ela continua usando o nome do meu filho, preferi vir até a delegacia e fazer um boletim de ocorrência. Fiquei revoltada, porque teve coragem de fazer isso com uma criança especial e eu passando necessidade", reclamou.

Depois que deixou a ONG Colmeia, o pequeno Arthur passou a receber assistência da ONG SOS Vidas. "Não deixamos de atender o Arthur, mesmo não conseguindo mais donativos para ele, pois a outra ONG fala que a criança ainda se encontra assistida lá. Fica difícil. Tem outras pessoas usando o nome e falando do problema dessa criança, mas não chega nada até ele", declarou a presidente da ONG SOS Vidas, Talita Aparecida Valezzi de Souza, 31.

A ajuda destinada ao Arthur é de até R$ 1,2 mil ao mês, segundo a presidente da SOS Vidas.

Estelionato  

O advogado Fabiano Nascimento de Pina, que acompanha a mãe do Arthur, disse que aguarda o resultado da investigação da Polícia Civil, já que foi registrado um boletim de ocorrência (BO) por estelionato. "Vamos conversar com testemunhas e podemos entrar com ação indenizatória, pois esta sendo usado o nome da criança para arrecadação", disse.

Outro lado  

A presidente da ONG Colmeia, Terezinha de Jesus Chagas da Silva, 67, negou que estivesse usando o nome de Arthur para buscar donativos. "Nós falamos que o Arthur não está mais conosco. Até a foto dele foi retirada do nosso Facebook para não ter conflito", afirmou.



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