OAB vai investigar se houve violação de direitos humanos na prisão de acusados

16/03/2018 18:21:00

Dupla acusada de matar sargento e extorquir padre em Matão estava foragida; prisão foi realizada no prédio da Ordem de Sertãozinho

Acusados foram presos durante coletiva de imprensa na sede da OAB (Foto: Júlia Fernandes / ACidade ON)

 

O presidente da OAB de Sertãozinho, Ivan Rafael Bueno, confirmou ao ACidade ON, na tarde desta sexta-feira (16), que uma sindicância será aberta nos próximos dias para investigar se houve violação de direitos humanos nas prisões de Edson Ricardo de Souza e Luiz Antônio Venção. 

Ambos foram detidos pelo delegado Marlos Marcuzzo, juntamente com dois investigadores da Polícia Civil de Matão, no interior do prédio da Ordem. Os réus são acusados de matar o sargento Paulo Sérgio Arruda, em 19 de fevereiro, e extorquir o padre Edson Maurício com um vídeo íntimo.

"Eu não tinha conhecimento que eles também participariam da coletiva de imprensa. E, apesar de a OAB não servir de guarita para foragidos, também é conhecida como casa da cidadania. Qualquer pessoa pode nos procurar para orientações e atendimentos", afirma Ivan.

O presidente acrescenta, ainda, que a informação que recebeu, após o tumulto, é que Edson Ricardo e Luiz Antônio procuraram ajuda para preservar a integridade física da dupla, devido à repercussão do caso. A comarca em que a apresentação ocorreu foi escolhida pelo mesmo motivo.

"Vamos falar com todas as partes e saber qual foi o acordo firmado pelo advogado de defesa e o delegado responsável pelo caso. Queremos saber se alguma etapa do processo foi pulada", finaliza.

Procurado pela reportagem, Marlos Marcuzzo, delegado titular da delegacia de Matão, onde o crime aconteceu, não retornou as ligações. Ele permanece na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Sertãozinho. Os acusados estão sendo interrogados desde as 13h desta sexta-feira.

A prisão

Nesta sexta-feira (16), a intenção do advogado de defesa Luiz Gustavo Penna era apresentar os dois primeiro à imprensa, no prédio da Ordem dos Advogados e, depois, à Polícia Civil de Sertãozinho. Contudo, o plano foi interrompido por Marcuzzo, que, com os investigadores, entrou na OAB e algemou os acusados.

A cena surpreendeu até mesmo os funcionários daquele prédio e atraiu centenas de curiosos. 

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