Ela apresentava forte infecção urinária
Djuly Endel da Silva Brandão, de 26 anos, morreu ontem à noite, próximo das 20 horas, em uma unidade semi-intensiva da Santa Casa de São Carlos.
A jovem deu entrada na Maternidade na terça-feira pela manhã com dores na lombar e febre de 40ºC. Exames constataram um quadro gravíssimo de infecção de urina, chamado de pielonefrite. Em poucas horas, a paciente recebeu antibióticos, mas apresentou complicações respiratórias.
Segundo o diretor clínico da Santa Casa, Flávio Guimarães, Djuly tinha dificuldades para respirar e foi encaminhada para uma Unidade da Santa Casa, aguardando vaga para UTI. “Os antibióticos foram trocados para dosagens maiores. A infecção localizada se tornou generalizada e comprometeu outros órgãos. A entrada na UTI não mudaria o quadro”, enfatiza.
O médico explica ainda que a paciente teve uma Síndrome de Angústia Respiratória Aguda (SARA). “Devido ao quadro infeccioso e o processo inflamatório pulmonar, um edema trouxe dificuldade respiratória. Ela foi entubada e passou por todos os procedimentos de animação, mas teve uma parada cardiorrespiratória”.
Sintomas
Segundo o diretor clínico, Djuly apresentava dores na lombar e febre alta quando chegou à Maternidade. Há duas semanas, ela passou pela emergência do hospital apenas com dores lombares, mas os exames não identificaram infecção.
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Verificação do Óbito
O superintendente esclarece que foi levantada a possibilidade do envio do corpo ao Serviço de Verificação de Óbito, de Américo Brasiliense, para autópsia. No entanto, a equipe do SVO não julgou necessário. “Diante dos exames apresentados sobre a paciente e o quadro evolutivo, a equipe entendeu clara a infecção generalizada como causa da morte”.
Bebê
Mesmo com tanta tristeza, a filha de Djuly foi salva. Uma equipe com 20 médicos, de várias áreas, permaneceu em cirurgia para salvar a criança. Prematura, a bebê teve parada cardiorrespiratória e foi reanimada. Ela está na UTI Neonatal e ainda corre risco de morte.
Sindicância
Uma Sindicância interna está aberta na Santa Casa para verificar a morte de outras três gestantes, todas na faixa etária entre 20 e 30 anos. O caso de Djuly deve ser incluído nessa investigação.
O Superintendente da Santa Casa, Daniel Bonini, reforça que todos os casos serão investigados. “Mesmo a infecção não sendo diretamente ligada à gravidez, vamos avaliar os procedimentos tomados com a Djuly e dar todo apoio à família e à criança”.