Calçadão começa a receber novo piso na segunda-feira

20/09/2014 11:33:00

Prefeitura não estabelece prazos, mas admite que a conclusão não ocorrerá antes do período natalino de 2014

Tiago de Brino / Especial
Calçadão, que está no contrapiso, começa a receber o piso definitivo a partir de segunda-feira, entre a Visconde e Barão do Amazonas (Foto: Tiago de Brino / Especial)

“Eu estou como São Tomé, só acredito vendo”. A frase, do comerciante Paulo Muller Correa, carrega um misto de ansiedade e descrença em relação às obras do Calçadão de Ribeirão. E ele tem razão: a prefeitura não estabeleceu prazos, mas já admite que a obra será concluída depois do Natal deste ano.

Correa é proprietário de uma loja de artigos de viagem localizada na rua General Osório entre a Barão do Amazonas e a Visconde de Inhaúma, trecho que deverá começar a receber os pisos a partir de segunda-feira, dia 22.

“A obra sofreu atrasos porque houve falta de planejamento. Ficou um terrão quando colocaram o contrapiso durante três meses. Isso afugentou os clientes, as vendas caíram 40%. Só espero que a obra fique pronta até o Natal.”

Carla Puerro, supervisora de uma ótica localizada na mesma quadra, compartilha a opinião. “Fica difícil acreditar que vão concluir essa obra.”

Ela acrescenta que, durante o aterramento da fiação dos cabos de telefonia e energia, houve um problema que refletiu no interior da loja. “Tivemos de colocar tapume na fachada e gastamos com um guarda, porque teve uma noite que a loja teve de ficar aberta.”

Proprietário de uma loja de confecção infantil na mesma quadra, o comerciante Ricardo Kato atribui a demora da obra ao grau de dificuldade das adaptações. “Quando começaram a mexer, encontraram no subsolo uma tubulação de água pluvial e de esgoto muito velha, deteriorada, e tiveram de trocar”, diz.

Kato acrescenta que, a obra valorizará muito o centro comercial. “Vai facilitar a locomoção das pessoas, dos cadeirantes, dos deficientes visuais”, pontua. 

A colocação de pisos no Calçadão será feita pela empreiteira Tecla Construções Ltda. Ao todo, serão colocados 12.600 metros quadrados de pisos.

Segundo a prefeitura, a empresa deverá colocar três frentes de trabalho em diversos trechos para agilizar a remodelação e concluir a colocação de pisos até a rua José Bonifácio.

“O calçamento se iniciará pela rua General Osório entre a Barão do Amazonas e Visconde e se estenderá por todo o Calçadão. As interdições serão feitas parcialmente para não atrapalhar a circulação dos pedestres e nem prejudicar o comércio”, diz Abranche Fuad Abdo, secretário municipal de Obras.

Obra já teve série de atrasos desde abril de 2012

Quando a prefeitura anunciou a primeira etapa de revitalização do Centro, a previsão era de que ela seria concluída antes do Natal de 2012. Em janeiro de 2013, um novo cronograma estimou a conclusão para 15 de março, o que também não ocorreu.

As obras foram iniciadas em 2 de abril de 2012. A primeira ideia era colocar o novo piso do Calçadão enquanto era feita a retirada do antigo, mas os técnicos perceberam que isso seria um erro, pois o trabalho não seria finalizado antes das vendas do Natal de 2012, principal data do comércio.

A prefeitura decidiu que primeiro seria necessário embutir toda a fiação no subsolo para depois iniciar a colocação do piso. O Calçadão, então, foi deixado no contrapiso. Essa etapa de adaptação foi custeada pela empresa de energia elétrica.

Em maio do ano passado, dias antes de ser publicada a licitação para construir o novo piso do Calçadão, a prefeitura colocou o modelo na entrada da Secretaria do Planejamento, em forma de teste.

Como funciona
Secretário não estabelece prazos

O secretário municipal de Obras, Abranche Fuad Abdo, não estabeleceu prazos para conclusão da obra, mas admitiu que o Calçadão não fica pronto antes do Natal.

Segundo ele, a previsão com exatidão neste momento depende da manifestação dos comerciantes com relação à interrupção dos trabalhos no período natalino.

“Estamos consultando a ACI (Associação Comercial e Industrial) e a Amec (Associação de Amigos, Moradores e Empresários do Centro) com relação a esse assunto”, disse.

Outro ponto destacado por Abdo é a definição com relação às bancas de jornais, garapeiro e floristas. “Há pendências judiciais”, frisa. O secretário cita ainda um terceiro empecilho: a retirada total dos cabos das teles – segundo ele, as empresas já foram notificadas pela prefeitura.

Após a colocação do piso, será colocado o mobiliário composto por bancos, lixeiras, cinzeiros e sombreiros. O novo calçamento vai custar R$ 8,2 milhões para a Prefeitura de Ribeirão Preto e ocupa uma área de 12,6 mil m².

Estão previstos piso decorativo, reforço na iluminação, ligações elétricas, retirada de postes (a fiação já foi aterrada), implantação de mobiliário urbano, além da pavimentação asfáltica, drenagem e paisagismo. O tema escolhido é a história do café, ligado à origem da cidade.



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