Boa infraestrutura e serviços tornam a cidade polo de atração de novos moradores, mas crescimento põe transporte e segurança como prioridades (Foto: Milena Aurea / A Cidade)

Em um ano, Ribeirão Preto ganhou quase dez mil novos habitantes. Segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o município contabilizava, no mês passado, 658 mil ribeirão-pretanos. Com isso, se tornou uma das cidades com maior crescimento populacional do país.

Entre os 35 maiores municípios brasileiros, Ribeirão foi o sexto com maior taxa de aumento populacional (1,3%). Para efeito de comparação, cresceu o dobro de São Paulo, maior cidade do país. O Brasil, como um todo, cresceu 0,86%.

“Isso ocorre, principalmente, pelo fenômeno de migração de habitantes de megacidades para municípios de porte um pouco menor, mas com boa oferta de serviços e, principalmente, melhor qualidade de vida”, explica o professor universitário e urbanista José Antônio Lanchoti, coordenador do Plano Diretor de Ribeirão preto.

Foi o que fizeram as empresárias Rafaela e Adriana, que se mudaram de São Paulo para Ribeirão no início do ano.

Além do comércio e qualidade de vida, as universidades são polos de atração. Na USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, ao menos 500 calouros ingressam anualmente de cidades que não fazem parte, sequer, da região de Ribeirão Preto. Eles ajudaram o município a ser, hoje, o 29º maior do país.

"O que mais preocupa é a segurança pública, a ponto de ter medo de sair de casa com minha filha, devido aos índices de violência" - Andrea Maurício Oliveira, 28 anos, mudou-se de Orlândia para Ribeirão Preto há quatro anos (Foto: F.L. Piton / A Cidade)

Para Lanchoti, um dos sinais de que o crescimento da população não deve para tão cedo é a constante expansão do mercado imobiliário e centros comerciais, com a inauguração de um novo shopping e a expansão de outro.

Desafios

José Geraldo Geraldine Júnior, presidente do Comur (Conselho Municipal de Urbanismo), alerta que a prefeitura precisa investir em planejamento, principalmente para estudar a ocupação do solo e a mobilidade urbana.

“O transporte se tornou um dos grandes vilões da qualidade de vida. Quem vem da capital para Ribeirão, por exemplo, procura, entre outros, encurtar seu tempo de deslocamento cotidiano”, afirma. Por isso, ele ressalta a necessidade de priorizar o transporte coletivo sobre o individual.

Outro desafio é a redução da criminalidade. Em nota, o Palácio Rio Branco lembrou que “os altos índices de violência têm preocupado a população”, cobrando mais policiais do governo estadual.