O Centro de Ribeirão em debate

15/04/2014 23:40:00

Especialistas elogiam iniciativa de discussão sobre temas importantes para o Centro, que será tema do Agenda Ribeirão

12.mar.2014 - Matheus Urenha / A Cidade
Obras para dar cara nova para o Centro começaram em 2011, mas serão entregues neste ano (Foto: 12.mar.2014 - Matheus Urenha / A Cidade)

Preservação do patrimônio histórico, comerciantes satisfeitos e cobertura arbórea que amenize o calor. Esse é um cenário possível para o Centro de Ribeirão Preto, por isso, de acordo com especialistas, iniciar um debate sobre o tema é muito oportuno. Ação que o Agenda Ribeirão vai fazer em sua abertura, no dia 21 de maio. O evento é realizado pelo A Cidade e a rádio CBN, com apoio da EPTV.

Para a ambientalista Simone Kandratavicius, a proposta de discutir a situação da região central de Ribeirão Preto no Agenda é muito válida. “Temos a chance de mostrar que os lojistas podem anunciar nas fachadas das lojas e também terem árvores para amenizar o calor. Que as duas coisas ‘conversam’ perfeitamente”, falou a e ambientalista e diretora da Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil, em Ribeirão Preto.

Adriana Silva, presidente do Instituto Paulista Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC), o evento também é importante para se discutir os prédios históricos da região central. “O Centro de Ribeirão Preto é uma referência histórica para a cidade e qualquer iniciativa para valorizar isso é muito válida”, disse Adriana, que já ocupou o cargo de Secretária Municipal da Cultura.

Para a presidente do IPCCIC, a preservação de casarões como o do ex-prefeito Camilo de Mattos, na rua Duque de Caxias, precisam estar na mesa de debates. “O Agenda Ribeirão vem em um momento muito oportuno”, opinou.

13.ago.2013 - Weber Sian / A Cidade
Censo arbóreo feito em 2012 mostrou déficit de 71 árvores por km² no Centro de Ribeirão (Foto: 13.ago.2013 - Weber Sian / A Cidade)

O promotor de Habitação e Urbanismo, Antônio Alberto Machado, afirma que o debate pode recuperar o interesse e a estima da população pela região central de Ribeirão Preto.

“Podemos discutir e depois cobrar o poder público para que o Centro se torne um local agradável, com segurança, iluminação e limpeza, oferecendo condições agradáveis para a população”, defendeu.

Para o arquiteto e urbanista Mauro de Castro Freitas, também é possível discutir a inclusão de uma agenda de 24 horas para o Centro. “A região central, e ai não falo só do Calçadão, precisa oferecer, lazer, cultura, comércio e moradia. Conciliar tudo isso de forma adequada é o principal enfoque do debate”, analisou.

O evento
Com o objetivo de identificar os principais problemas ambientais, sociais e econômicos, o Agenda Ribeirão vai discutir os desafios e as oportunidades para o município.
Em sua primeira edição, o evento vai debater três pilares: Morar (21 de maio), Andar (28 de maio) e Viver (4 de junho). Cada um deles terá um tema baseado na pauta mais relevante para o crescimento da cidade.
 

Censo aponta: falta ‘verde’

Em agosto de 2012, o Censo Arbóreo do quadrilátero central de Ribeirão Preto – entre as avenidas Francisco Junqueira, Nove de Julho, Independência e Jerônimo Gonçalves – mostrou que a região possui 29 árvores por quilômetro de calçada, sendo que o ideal seriam 100 árvores a cada km.

20.abr.2011 - F.L.Piton / A Cidade
Antônio Alberto destaca importância do debate (Foto: 20.abr.2011 - F.L.Piton / A Cidade)

Pelo que foi catalogado à época, são 1.678 árvores em 57 quilômetros de calçadas - o correto seria ter 5,7 mil, déficit de 4.022 árvores. As copas das árvores cobrem 42,7 mil km².

Segundo o estudo, 54% da vegetação estão em bom estado de conservação e 15% em situação péssima.

As pragas naturais, o calçamento mal feito e a fiação elétrica são as principais causas de morte de árvores.

“O Centro quase não tem árvores. Isso ocorre, em parte, por vontade dos comerciantes, sob a justificativa de que a vegetação encobre as propagandas. Isso pode ser debatido no Agenda Ribeirão”, disse Simone Kandratavicius, ambientalista e diretora da Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil em Ribeirão Preto.

Etapa da revitalização já dura dois anos

A troca do piso, do mobiliário e a retirado dos postes do Calçadão fazem parte do projeto Centro Histórico, lançado em 2011. A obra começou, efetivamente, no dia 2 de abril de 2012. O primeiro prazo para conclusão era dezembro do mesmo ano.

Mas pouca coisa saiu como o esperado. Até agora, nem os postes foram retirados. O novo prazo para a conclusão é dezembro de 2014. Também há a promessa de que o contrapiso estará pronto até a rua Alvares Cabral antes da Copa do Mundo, quando a seleção da França estará em Ribeirão.

20.dez.2012 - Weber Sian / A Cidade
Adriana Silva pede Centro preservado (Foto: 20.dez.2012 - Weber Sian / A Cidade)

O novo calçamento vai custar R$ 8 milhões e atinge uma área de 12,6 mil m². Estão previstos piso decorativo, reforço na iluminação, ligações elétricas, retirada de postes (a fiação será aterrada), implantação de mobiliário urbano, além da pavimentação asfáltica, drenagem e paisagismo. O tema escolhido é o café.

Serviço

O Seminário dia 21/05
Onde: Hotel Mont Blanc
Maurílio Biagi, 1.547
Horário: das 8h às 12h



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