Centenas de pessoas dão adeus ao Sargento Arruda, da PM de Araraquara

20/02/2018 17:41:00

Muitos policiais militares e civis se despediram do companheiro de profissão

 

Com a presença de muitos policiais militares e civis, além de amigos e familiares, o funeral do Sargento Paulo Sérgio de Arruda reuniu centenas de pessoas na tarde desta terça-feira (20), em Araraquara. O velório foi realizado na Bom Jesus e o sepultamento ocorreu por volta das 16h30 no cemitério São Bento. 

O sargento foi morto no final da noite de ontem depois de se envolver em uma troca de tiros com três homens que, segundo as informações apuradas até o momento, estariam extorquindo o padre Edson Maurício, de Matão. Arruda e outros três policiais, em horário de folga, foram até a casa do pároco para ajudá-lo com esse problema. O que era um auxílio terminou em tragédia. O sargento foi morto com dois tiros no peito; os bandidos fugiram. 

No funeral, policiais evitaram comentar o caso. Informalmente lembraram que o sargento era um ótimo policial e querido na corporação. Praticamente toda a equipe da Força Tática esteve presente no adeus ao amigo de farda. Pela manhã, o tenente-coronel da PM, Adalberto José Ferreira, também lamentou o ocorrido com o amigo.  

A investigação
A Polícia Civil de Matão pediu à Justiça a prisão dos três homens apontados como suspeitos de participarem direta e indiretamente da troca de tiros que terminou com a morte do sargento. O ACidadeON/Araraquara teve acesso com exclusividade a parte da investigação policial.

São três os suspeitos que fugiram em duas motos: Edson Ricardo da Silva, de 32 anos, nascido em São Carlos e egresso da cadeia em fevereiro de 2006, após envolvimento com roubo e tráfico de drogas. Ainda teriam participado do caso Luiz Antônio Carlos Venção, 28, também com passagens criminais anteriores por roubo, furto e receptação e que saiu da prisão em julho de 2013; e Diego Afonso Siqueira Santos, 21, que, segundo o delegado Marlos Marcuzzo, de Matão, só teve problemas com a polícia quando era menor de idade.

Os detalhes ainda precisam ser apurados com mais calma. O que se sabe, até o momento, com base no depoimento do padre Edson Mauricio, da Igreja Santo Expedito, é que Edson, conhecido pelo apelido de 'Banana', teria tido um envolvimento de foro íntimo com o sacerdote. Desde o início de fevereiro, o rapaz de 32 anos fazia ameaças e exigia R$ 80 mil para não fazer revelações sobre o padre. Sem dinheiro para pagar a quantia, Edson chegou a negociar e o rapaz baixou o valor para R$ 60 mil. 



O padre, então, com medo, veio para Araraquara conversar com um amigo, que trabalha no segmento de comércio de veículos. Este amigo, por sua vez, disse pediu orientações para alguns policiais que conhecia. Um deles, o sargento Arruda. O policial, que estava em seu dia de folga, optou por chamar outros três policiais, que estavam de folga e sairiam com ele para uma comemoração, para conversarem antes com o bandido que ameaçava o padre em Matão.

A caridade terminou de forma trágica. Na casa do padre, os policiais entraram e o pároco recebeu novamente uma ligação do rapaz que disse que iria até a casa dele. O bandido chegou com os outros dois homens em duas motos. Eles entraram na casa do padre e quando encontraram o Sargento Arruda começaram a atirar. Três tiros foram disparados na direção do sargento: dois o atingiram no peito e um a parede. Os outros três policiais estariam em outro cômodo da casa e não foram atingidos. O trio fugiu.

O AcidadeOn/Araraquara foi até a casa do padre, mas não o encontrou. Ele também não estava na igreja e amigos confidenciaram que veio para Araraquara. Em nota oficial, a Diocese de São Carlos, diz que está verificando o ocorrido e aguarda a investigação da polícia. Além disso, iniciou os procedimentos cabíveis no âmbito eclesial. O padre Jorge Nahra, pároco da Igreja Bom Jesus de Matão e Vigário Episcopal da Região, também aguarda uma comunicação oficial.

Anos de dedicação à PM
O Sargento Arruda nasceu em Araraquara há 43 anos. Ele ingressou na PM em 1996, realizando, assim um sonho de criança, e seguindo os passos do pai, policial militar aposentado. Casado e pai de três filhos, o sargento era destaque na companhia da Força Tática desde 2013. Durante sua carreira, acumulou elogios e premiações, a última delas o título de Honra ao Mérito concedido pela Câmara Municipal em novembro do ano passado.  

 

 



    Mais Conteúdo