Números são dos últimos dez anos e incidência da doença é de um em cada quatro adultos
Nesta quarta-feira (26), Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, cerca de 400 pessoas foram orientadas sobre os riscos da pressão alta no Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto.
Estudantes de Enfermagem e Farmácia da USP (Universidade de São Paulo) mediram a pressão de pessoas que passaram pela rodoviária entre 7h e 14h e entregaram folhetos informativos sobre a doença.
O aposentado Daniel Moreira, 87 anos, verificou sua pressão e ficou aliviado. "Minha pressão está boa. Não preciso me preocupar", comentou.
Ainda bem! Porque a hipertensão arterial e doenças consequentes da pressão alta levaram 1.378 pessoas à morte em Ribeirão Preto de 2004 a 2014, segundo o DataSus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde).
Entenda a doença
A pressão alta (igual ou maior que 14 por 9) é quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias para se movimentar é muito forte.
Em 90% dos casos, a hipertensão arterial não tem causa aparente. "É uma doença multifatorial, ou seja, pode ser desencadeada por fatores genéticos, ambientais, emocionais e/ou alimentares", explica o cardiologista Evandro José Cesarino.
E a grande maioria dos hipertensos não manifesta sintoma algum. "Pode dar dor no peito, falta de ar, dor de cabeça na região da nuca e arritmia, mas não é uma regra", esclarece o médico.
De acordo com Cesarino, uma vez hipertenso, para sempre hipertenso. "É uma doença crônica, então o paciente tem que se tratar para o resto da vida com remédios e melhorando a qualidade de vida", afirma.
Prevenção
Para que a hipertensão arterial não cause o entupimento dos vasos e evolua para infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral), comprometimento dos rins, hemorragia na retina e problemas de circulação, as pessoas devem evitar alimentos gordurosos, emagrecer, se exercitar, parar de fumar e reduzir a ingestão de álcool e sal.
"O brasileiro consome, em média, 12 gramas de sal por dia, sendo que o recomendado são 4 gramas por dia", alerta o cardiologista.
A aposentada Cássia Falleiros, 71 anos, coloca pouco sal na comida desde os 12 anos de idade, quando teve nefrite (inflamação do rim) e desenvolveu pressão alta. "Faço acompanhamento médico. Trato direitinho. Fico atenta. Sei que não é brincadeira. Pelo contrário, é grave", diz.