Ao menos mil pessoas foram vítimas fatais da pressão alta em Ribeirão Preto

26/04/2017 18:15:00

Números são dos últimos dez anos e incidência da doença é de um em cada quatro adultos

Micaela Lepera
Estudantes de Enfermagem e Farmácia da USP de Ribeirão Preto orientaram as pessoas sobre os riscos da pressão alta (Foto: Micaela Lepera)

 

Nesta quarta-feira (26), Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, cerca de 400 pessoas foram orientadas sobre os riscos da pressão alta no Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto.

Estudantes de Enfermagem e Farmácia da USP (Universidade de São Paulo) mediram a pressão de pessoas que passaram pela rodoviária entre 7h e 14h e entregaram folhetos informativos sobre a doença.

O aposentado Daniel Moreira, 87 anos, verificou sua pressão e ficou aliviado. "Minha pressão está boa. Não preciso me preocupar", comentou.

Ainda bem! Porque a hipertensão arterial e doenças consequentes da pressão alta levaram 1.378 pessoas à morte em Ribeirão Preto de 2004 a 2014, segundo o DataSus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde).

Micaela Lepera
Cássia Falleiros presta atenção redobrada no sal que coloca na comida para evitar a pressão alta (Foto: Micaela Lepera / A Cidade)

 

Entenda a doença

A pressão alta (igual ou maior que 14 por 9) é quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias para se movimentar é muito forte.

Em 90% dos casos, a hipertensão arterial não tem causa aparente. "É uma doença multifatorial, ou seja, pode ser desencadeada por fatores genéticos, ambientais, emocionais e/ou alimentares", explica o cardiologista Evandro José Cesarino.

E a grande maioria dos hipertensos não manifesta sintoma algum. "Pode dar dor no peito, falta de ar, dor de cabeça na região da nuca e arritmia, mas não é uma regra", esclarece o médico.

De acordo com Cesarino, uma vez hipertenso, para sempre hipertenso. "É uma doença crônica, então o paciente tem que se tratar para o resto da vida com remédios e melhorando a qualidade de vida", afirma.

Micaela Lepera
Daniel Moreira teve a pressão verificada em atendimento da USP desta quarta-feira (26) (Foto: Micaela Lepera / A Cidade)

 

Prevenção

Para que a hipertensão arterial não cause o entupimento dos vasos e evolua para infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral), comprometimento dos rins, hemorragia na retina e problemas de circulação, as pessoas devem evitar alimentos gordurosos, emagrecer, se exercitar, parar de fumar e reduzir a ingestão de álcool e sal.

"O brasileiro consome, em média, 12 gramas de sal por dia, sendo que o recomendado são 4 gramas por dia", alerta o cardiologista.

A aposentada Cássia Falleiros, 71 anos, coloca pouco sal na comida desde os 12 anos de idade, quando teve nefrite (inflamação do rim) e desenvolveu pressão alta. "Faço acompanhamento médico. Trato direitinho. Fico atenta. Sei que não é brincadeira. Pelo contrário, é grave", diz.

 


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