Praças e parques estão entregue ao abandono sem as obras prometidas

23/04/2017 14:58:00

Cidade da Criança, que 'perdeu' verba, está jogado às traças há duas décadas e foi tomado por entulho e mato em Ribeirão Preto

Renato Lopes / Especial
Cidade da Criança vive abandono (Foto: Renato Lopes / Especial)

 

Nos últimos quatro anos, a prefeitura reservou no orçamento R$ 3 milhões para obras de reforma e construção de parques na cidade. Apenas R$ 99,8 mil, porém, foram empenhados - montante que corresponde a 1,6% do que foi repassado à Atmosphera nesse período. Como consequência, as áreas enfrentam abandono, sujeira e críticas da população.

O levantamento não inclui os empenhos específicos para melhorias nos parques Ângelo Rinaldi (Horto Florestal) - R$ 460 mil reservados e apenas R$ 9,2 mil empenhados - e Rubem Cione.
Alvo até de invasão e construção de barracas no ano passado, o Rubem Cioni teve R$ 2,2 milhões previstos nos orçamentos atualizados dos últimos quatro anos. Do montante, R$ 1,2 milhão foi empenhado - mas nenhuma obra foi executada, segundo os relatórios orçamentários.

Cidade da Criança

Um dos principais locais de lazer dos ribeirão-pretanos na década de 1990, a Cidade da Criança, no Jardim Anhanguera, está abandonado há duas décadas. O local, que já teve brinquedos, casa de máquinas e até um lago, está tomado pelo mato alto e sujeira.

Em 2015, a prefeitura até reservou R$ 200 mil, de recursos próprios, para a reforma do parque. Nenhum centavo, porém, foi empenhado.

“Infelizmente, só serve para cortar caminho”, lamenta o estudante universitário Nicholas Nunez, 21 anos.

Ele mora no quarteirão do Parque, mas nunca o utilizou como equipamento de lazer. “Às vezes, a prefeitura corta a grama. Mas é só ilusão”, diz Gabriel Mineli, 22 anos.

Praças

Na segunda gestão Dárcy, também foram reservados no orçamento R$ 800 mil para construção de praças em áreas verdes e outros R$ 294,8 mil para uma área de lazer no Jardim Zara. Nenhum real foi empenhado.

Weber Sian / A Cidade
Em 2015, a prefeitura reservou no orçamento R$ 1,2 milhão para a “reforma do telhado do Palácio Rio Branco”. Só ficou no papel, já que nenhum centavo foi empenhado. Quando assumiu, o governo Duarte Nogueira (PSDB) se surpreendeu com o estado precário do imóvel, alegando que até oferece riscos aos funcionários e visitantes. A reforma significaria 3,4% do que foi repassado à Atmosphera em 2015. (Foto: Weber Sian / A Cidade)

 

Outro lado

A advogada de Dárcy Vera não respondeu às perguntas encaminhadas por email na quinta-feira (20). Ela ainda não é formalmente acusada de corrupção no processo da Atmosphera, respondendo apenas pelos acordo dos honorários de Zuely Librandi. O Gaeco, porém, deve denunciá-la nas próximas semanas. A Atmosphera, no processo, negou ter praticado irregularidades e diz que prestou os serviços pelos quais venceu licitação junto ao poder público.

Governo nos bairros

Principal bandeira de Dárcy na busca pelo voto para o segundo mandato, o programa Governo nos Bairros - pelo qual a população escolhia obras - foi totalmente esquecido. Em 2013, o orçamento de projetos de “ação comunitária regional” foi de R$ 18,4 milhões para cerca de 100 obras. Apenas R$ 14,3 mil foram empenhados (0,08%). Naquele ano, a Atmosphera recebeu R$ 37,7 milhões, o dobro do total previsto para o Governo nos Bairros no orçamento.

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