Mato e lixo imperam em praças de área nobre de Ribeirão Preto

15/01/2017 13:34:00

Moradores clamam por limpeza mais frequente nas praças; na Miguel Darahem, vegetação até 'engole' academia

Weber Sian / A Cidade
Na Augusto Mazza, mato e lixo espantam os usuários do espaço público; clique na imagem para abrir galeria (Foto: Milena Aurea / A Cidade)

 

Eram nas praças públicas, como a Ágora de Atenas, na Grécia, que as discussões políticas aconteciam antigamente. Nada mais democrático do que um lugar aberto a todos para a manifestação da opinião pública. As praças eram, naquela época, o espaço da cidadania.

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Muitos séculos depois, as praças públicas continuam sendo, na teoria, um ambiente destinado à integração da comunidade e uma opção de lazer para a população, mas, na prática, são muitos os empecilhos que dificultam a utilização das praças para fins de diversão, saúde e cultura.

Na praça Augusto Apparecido Mazza, entre as ruas Chile, Thomaz Nogueira Gaia, Antonio Achê e Cavalheiro Torquato Rizzi, no Jardim Irajá, zona Sul de Ribeirão preto, o mato está tão alto que quase esconde o nome da praça, estampado abaixo do busto de Augusto Apparecido Mazza.

"Não dá para as crianças brincarem desse jeito. Está terrível. Normalmente, a prefeitura demora mais de mês para cortar a grama. Eles deveriam fazer isso com mais frequência, principalmente nas épocas de chuva", comenta o taxista Gilberto Oliveira, 40 anos.

Para Gilberto, uma solução para o problema seria designar um servidor municipal para ficar responsável por cada uma das praças da cidade. "Assim, teríamos um canal mais direto para fazermos reclamações e darmos sugestões. E essa pessoa estaria mais próxima, saberia do que a praça precisa", afirma.

O mototaxista Douglas Veloso, 28 anos, destaca, ainda, que o mato alto facilita a ocultação de drogas e produtos furtados ou roubados. "Sem querer, estamos ajudando os bandidos", diz.

Segundo Douglas, a manutenção das praças deveria ser mais frequente. "Esse mato alto diminuiu o movimento na praça. As pessoas estão deixando de caminhar e de passear com os cachorros aqui", observa. 

Weber Sian / A Cidade
Na Miguel Darahem, academia ao ar livre está no meio do mato e tem ao menos dois bancos quebrados; clique na imagem para abrir galeria (Foto: Milena Aurea / A Cidade)

 

Crianças somem de praça

Perto dali, na praça Miguel Darahem, entre as ruas Paschoal Bardaro, Paulo Barra, João Gomes da Rocha e Isaac Theodoro de Lima, também no Jardim Irajá, o mato alto atrapalha os usuários da academia ao ar livre.

"Esse matagal prejudica quem quer se exercitar. Sem contar que os aparelhos estão instalados na terra, o chão não é cimentado. Quando chove, fica tudo cheio de barro", ressalta o aposentado Defino Berzoti, 68 anos.

A operadora de caixa Diana Lima, 18 anos, lamenta a situação da praça. "Não se via a praça vazia assim. É uma pena, porque seria um bom lugar para passear e respirar ar puro", comenta.

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