Esquina da Américo Brasiliense com a Tibiriçá: asfalto meio raspado, meio completo (foto: Matheus Urenha / A Cidade)

A opção adotada pela Prefeitura de Ribeirão Preto para tentar não prejudicar o trânsito na área central de Ribeirão Preto durante os serviços de recapeamento do asfalto acabou tendo efeito contrário. Desde o começo do mês, moradores, motoristas e pedestres precisam enfrentar poeira, buracos e até mesmo falta de sinalização.

“Está muito pior agora do que estava antes. Por que rasparam o asfalto e não recapearam logo em seguida?”, questiona Jorcelino Júnior, gerente de uma lanchonete.

Como contrapartida ao contrato de concessão do transporte coletivo, o PróUrbano investiu R$ 600 mil na recuperação do asfalto de cerca de 20 quadras das ruas Américo Brasiliense, Florêncio de Abreu, Visconde de Inhaúma e Cerqueira César.

Para o novo pavimento fixar melhor, foi realizada a “raspagem” das ruas entre os dias 1º e 27 de deste mês. Segundo o PróUrbano, a Transerp dividiu o serviço em etapas e no período noturno, priorizando a retirada do asfalto antigo e deixando o recapeamento em segundo plano – ação que só teve início ontem e deverá ser finalizada até o dia 9 de julho.

Buracos
Devido à demora entre a raspagem e o recapeamento, o asfalto deu lugar aos buracos. Em alguns pontos, até o antigo pavimento de paralelepípedo está à mostra. “Uma senhora caiu e se ralou toda na semana passada. Isso aqui é um absurdo”, diz a promotora de vendas Tatiane Rodrigues, 24 anos.

A raspagem também ocultou as faixas de pedestres. “Os motoristas se confundem e não param no lugar correto. Não sei como ninguém foi atropelado até agora”, afirma a vendedora Drielle Oliveira de Paula, 20 anos.

“A moto parece que dança com esse asfalto raspado, fica difícil segurar”, afirma o aposentado Carlos Pires, 69 anos. A mesma expressão é utilizada pelo mototaxista Luiz Ricardo Carvalho, 53 anos.
“O passageiro reclama, como se a culpa fosse nossa. A moto dança muito, tanto que até estamos evitando circular no Centro”, afirma.

Reforçado
A raspagem foi realizada apenas em metade das ruas, na parte da faixa preferencial dos ônibus – locais em que o asfalto deve ser mais reforçado.
O A Cidade verificou que, em alguns trechos, a diferença entre o pavimento raspado e o antigo chega a cinco centímetros.

Serviço será feito em etapas e à noite

Segundo a prefeitura de Ribeirão, a fresagem (raspagem) do asfalto é realizada antes do recapeamento “para melhor fixação da massa asfáltica”. A medida foi tomada nos locais em que há maior tráfego de ônibus e, assim, maior deterioração das ruas.

O Consórcio PróUrbano afirmou, em nota, que “para gerar o menor impacto no trânsito e para os moradores, a Transerp dividiu o serviço em etapas e no período noturno. A intenção é não prejudicar o usuário e o trânsito na área central”.

Segundo o consórcio “o maior interessado em executar o trabalho simultâneo e diurno seria o PróUrbano, pois teria um custo muito menor”.