Família de Gabriela segue sem saber se ossada encontrada é da adolescente

27/05/2015 09:29:00

Após 45 dias, familiares da menina esperam laudo de confirmação para fazer enterro dos restos mortais

F.L. Pinton/A Cidade
Liliane Aparecida Ramalho, mãe de Gabriela (no destaque): indefinição sobre morte da filha (Foto: F.L. Piton/A Cidade)

Há 45 dias, a dona de casa Liliane Aparecida Ramalho, 30 anos, espera a Polícia Civil de Ribeirão Preto responder se a ossada humana achada em um canavial próximo à rodovia Mário Donegá é mesmo de sua filha, a adolescente Gabriela Aparecida da Silva, de 12 anos.

Até hoje, porém, a Secretaria de Segurança Pública do Estado não tem sequer uma previsão do prazo para a conclusão dos exames de identificação.

A menina desapareceu a caminho da escola no início da tarde do dia 17 de março, no Jardim Marchesi, zona Oeste de Ribeirão Preto. Nos primeiros dias após o sumiço, o delegado Cláudio Sales Júnior, responsável pelo caso, chegou a afirmar que a menina havia fugido com o namorado e que “não se tratava de um desaparecimento, mas de uma pessoa que não queria ser encontrada”.

No dia 12 de abril, essa hipótese foi derrubada pelo encontro de uma ossada humana - compatível com o de uma menina com idade entre 10 e 15 anos - ao lado de uma blusa e de uma mochila com materiais escolares. A roupa e os objetos foram reconhecidos por Leliane como sendo da filha.

Agora, a mãe aguarda o resultado do exame de DNA e da arcada dentária para, então, poder enterrar os restos mortais da filha, que permanecem no Centro de Medicina Legal (Cemel).

Procurada pelo A Cidade, Liliane não quis dar entrevista, mas sua irmã, Leiziane Aparecida Ramalho, 22 anos, disse que elas foram informadas de que os testes poderiam demorar até 90 dias. “Estamos esperando notícias. Não sabemos de nada.”

Exames preliminares feitos pelo IML apontaram que faltava um dedo em uma das mãos e que havia uma fratura gravíssima no crânio. A morte teria sido provocada por uma paulada ou uma machadada.
Até o momento, a família e os amigos buscam respostas para o sumiço e suposta morte da menina.

Maria Helena Belga, 59 anos, que ajudou a criar a adolescente, diz que a polícia já descartou a possibilidade de o padrasto, Salustiano da Conceição, 34 anos, estar envolvido na morte da estudante, como se suspeitou à época.

“O delegado falou que o Salustiano tem um álibi. Parece que as câmeras de segurança da obra em que ele trabalhava filmaram ele lá no dia em que a Gabriela sumiu”, conta.

A madrinha da menina, Cláudia Belga, 27 anos, afirma que não imagina o que pode ter acontecido. “Não suspeitamos de ninguém. Temos que esperar.”

O delegado Claudio Sales Júnior não atendeu às ligações da reportagem.

Feto de Tamiris é outra incógnita

Outro caso que permanece sem desfecho é o do paradeiro do feto de Tamiris Cristina de Souza, de 23 anos, que sumiu na Santa Casa de Ribeirão no dia 25 de abril.

Aos sete meses de gestação, Tamiris teve um aborto espontâneo no banheiro do trabalho e foi levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento). De lá, ela foi transferida para a Santa Casa, levando consigo o feto em um saco plástico.

O feto teria sido encaminhado ao SVO (Serviço de Verificação de Óbito), mas nunca chegou no local e a Polícia Civil investiga o sumiço.

De acordo com a delegada Patrícia de Mariani Buldo, do 2º DP, o envolvimento da família está sendo apurado, assim como um possível erro do hospital.

“Se o hospital errou, vou processar, porque é um erro muito grave. Isso não é coisa que se faz”, diz Tamiris.



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