Jardim Paiva, o bairro do bueiro entupido

03/03/2015 12:54:00

Moradores reclamam que há 1 ano pedem que prefeitura resolva o problema que afeta várias bocas de lobo

F. L. Piton/ A Cidade
Bueiros entupidos espalham água e mau cheiro pelo bairro na zona Oeste de Ribeirão Preto (Foto: F. L. Piton/ A Cidade)

Em vez de descansar após uma longa semana de trabalho, o pedreiro Claudinei da Silva Lima passou o sábado limpando um bueiro na frente de casa, na rua Paulo Afonso Moreira de Carvalho, no Jardim Paiva, zona Oeste de Ribeirão Preto.

Ele retirou cinco carriolas de sujeira e, sem ter onde depositá-la, despejou o material na calçada. “Estava aparecendo muita barata e rato”, justifica a mulher de Claudinei, a dona de casa Alcione Santos da Silva Lima, 34 anos.

Segundo ela, o próximo fim de semana também será de trabalho. Claudinei pretende limpar outra boca de lobo da rua. “Do jeito que está, não dá para ficar”, afirma a dona de casa.

Claudinei é um entre dezenas de moradores transtornados com bueiros entupidos no bairro. A um quarteirão da casa dele, a enfermeira Lélia Faria Gonçalves, 56 anos, sofre com o mau cheiro, o acúmulo de lixo e a falta de escoamento de água nas ruas Otaviano Riul e Teresinha de Souza Amâncio. 

As quatro bocas de lobo próximas à casa dela estão obstruídas. “Faz um ano que ligo para a Prefeitura pedindo providências e até agora nada. A última vez que entrei em contato, disseram que a limpeza já havia sido feita”, completa.

Particular

Diante da inoperância do poder público, Lélia resolveu pagar uma pessoa para desentupir os bueiros. O resultado foram três grandes sacos de lixo cheios de sujeira. “O certo seria ter uma manutenção mensal”, opina.

O músico Paulo Roberto Magalhães, 54 anos, está farto com a situação. “Para cobrar o IPTU, eles são rápidos, agora para vir aqui limpar as bocas de lobo, demora uma eternidade”, comenta. “É um absurdo a gente pagar impostos e ainda ter que gastar para alguém realizar um serviço que era para ser feito pela prefeitura”, acrescenta.

Na rua Valêncio Fagundes Leomil, o cenário não é diferente. Alguns bueiros estão, inclusive, cimentados. “O cimento escorre de casas em reforma e tapa os bueiros”, explica Roberto.

O problema, de acordo com a comerciante Dirce de Paula Freitas, 53 anos, é antigo no bairro. “Moro aqui há 12 anos e sempre foi assim. Quando chove, chega a entrar água no meu mercado”, diz.

Limpeza será amanhã

A Secretaria da Infraestrutura informou, por meio de nota, que vai encaminhar uma equipe para iniciar o serviço de limpeza nas bocas de lobo no Jardim Paiva a partir desta quarta-feira (4).

“Uma equipe técnica também avaliará a tubulação das galerias de águas pluviais que possam estar obstruídas”, esclareceu.

A “piscina” que se forma na rua Teresinha de Souza Amâncio preocupa os moradores. A água da chuva e a água usada para lavar as garagens escoam e param em um buraco no meio da via.

“Isso pode virar um criadouro de dengue”, diz a analista administrativo Eliana Barbosa, 35 anos. “Gasto muito com veneno, porque a quantidade de pernilongos é absurda.”



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