Ibama acha agrotóxico vencido em Luiz Antônio

30/10/2014 23:18:00

Operação realizada nesta quinta-feira utilizou retroescavadeira e teve mandado de busca e apreensão

Maurício Glauco / EPTV
Ibama encontrou na área da fazenda, com a ajuda de retroescavadeira, embalagens de agrotóxicos (Foto: Maurício Glauco / EPTV)

A fazenda Capão da Cruz, localizada no Km 169 da rodovia Cunha Bueno, próximo ao município de Luiz Antônio, pode ter até 14 mil litros de agrotóxico irregular debaixo da terra.

A denúncia foi feita ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Nesta quinta-feira (30), agentes do órgão, acompanhados de oficiais de Justiça com mandados de busca e apreensão, foram ao local e encontraram embalagens de agrotóxico vencidas enterradas.

“Para o descarte de agrotóxico com prazo vencido, [o correto] é acionar a empresa fabricante para dar o destino correto”, afirmou à EPTV Celso Luiz Ambrósio, agente de fiscalização do Ibama.

Com o auxílio de uma retroescavadeira, o Ibama encontrou as embalagens enterradas em uma profundidade de até dois metros.

Até a conclusão desta notícia, o órgão não havia contabilizado a quantidade. Nesta sexta-feira (31), eles devem retornar novamente ao local para reiniciar as buscas.

Parte do conteúdo dos agrotóxicos vazou, contaminando o solo. Dependendo da extensão do vazamento, lençóis freáticos podem ter sido contamidados.

Outro lado

Em nota, a Capin (Comércio Agrícola Pecuária Industrial), responsável pela fazenda, informou informou que não foi a responsável pela descarte do agrotóxico e quem o realizou. Ela justifica que sua propriedade tem mais de 9 mil hectares sem cercas de divisa, o que a torna de fácil acesso. A Capin informou, ainda, que está colaborando com as autoridades policiais (com Agência EPTV).

Agrotóxicos acendem alerta em promotores

A promotora Claudia Habib, do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente) do Ministério Público de Ribeirão Preto, diz que o estado de São Paulo é um dos maiores consumidores de agrotóxico por hectare do Brasil.

“O controle dessa prática é muito difícil e, infelizmente está longe de ser o adequado”, diz, ressaltando que causa riscos à saúde da população e ao meio ambiente.

O Gaema de Ribeirão possui inquérito em andamento sobre as áreas de recarga do Aquífero Guarani, verificando inclusive a contaminação por agrotóxicos.

Nas próximas semanas, uma nova investigação, sobre o uso de defensivos agrícolas em toda a Bacia do Pardo, deve ser aberta.

O período de crise hídrica, segundo Cláudia, agrava os prejuízos causados pelos agrotóxicos.

Ela orienta a população a denunciar o uso de agrotóxicos irregulares no MP, Ibama, Polícia Ambiental e Cetesb. (Cristiano Pavini)



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