Fábio de Jesus, presidente da Arco Íris, redige nota de repúdio ao instituto contrário ao Estatudo da Diversidade Sexual
A distribuição dos panfletos "Ditadura Homossexual", ocorrida nesta quarta-feira (4) em Ribeirão Preto, revoltou a comunidade LGBTIQ do município, que elabora neste momento uma nota de repúdio à ação realizada pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira que busca pessoas contrárias ao Estatuto da Diversidade Sexual.
O panfleto distribuído no Centro da cidade afirma que o projeto de lei que tramita no Senado nada mais é do que um verdadeiro "Estatuto da Ditadura Homossexual" que, se aprovado, cercearia a liberdade religiosa e até mesmo o direito dos pais em educar os filhos contra a ideologia de gênero.
"Esse estatuto é um verdadeiro plano para estabelecer um Estado totalitário, todo ele aparelhado com o objetivo de impor a ditadura homossexual no Brasil, inclusive contando com o que poderíamos chamar de secretarias para o financiamento dos movimentos LGBT[etc.]. Pior ainda do que isso, querem criminalizar as posições contrárias ao homossexualismo e impor, nos colégios, uma abordagem favorável à ideologia de gênero. Enfim, esse Estatuto da Diversidade abre as portas para uma perseguição religiosa no Brasil e, em nome da não-discriminação, a uma ditadura que discrimina e criminaliza os católicos que desejam permanecer fiéis à doutrina da Igreja nessa matéria", diz trecho do texto divulgado pelo Instituto em panfletos e na página cruzadapelafamíia.com.br, onde pede adesão da população contra o estatuto.
Entre outros itens, o documento que tramita no Senado prevê no artigo 4 o direito fundamental à felicidade, vedada qualquer prática que impeça a pessoa de reger sua vida conforme a orientação sexual ou identidade de gênero autoatribuída, real ou presumida; E no artigo 5º, que ninguém pode ser privado de viver a plenitude de suas relações afetivas e sexuais, vedada qualquer ingerência de ordem estatal, social, religiosa ou familiar.
"A que absurdo nós chegamos de criar uma lei para garantir a felicidade! E pior, com base em algo completamente fluido ("autoatribuída, real ou presumida"), sem qualquer definição na mesma lei. Com isso, estará aberta a porta para justificar qualquer vício em matéria sexual, incluindo formas diversas de poliamor e mesmo a bestialidade, podendo chegar até a um simulacro de casamento, tudo em nome do direito à felicidade", diz a publicação.
Repúdio
Fábio de Jesus repudia a panfletagem e o uso do termo ditadura da homossexualidade. "Se fosse ditadura gay, estaríamos impondo nossas vontades e não teria gay, lésbica morrendo todo dia na mão de homofóbicos. O momento que vivemos é de pessoas saindo do armário, se assumindo, buscando de fato a felicidade", afirma.
Fábio diz que considerar um absurdo a panfletagem pois entende que ela incita o preconceito e acentua atos LGBTfóbicos. "É esse tipo de atitude que incentiva que os homofóbicos saiam do armário e venham bater na gente", diz.
Outro lado
ACidade ON contatou os representantes do Instituto Plínio Correia de Oliveira, mas não teve retorno.