A gestão Duarte Nogueira (PSDB) começa, enfim, a tirar do papel as obras do PAC Mobilidade. Ontem, foi publicado no Diário Oficial o aviso de licitação para construção de três pontes sobre o córrego Retiro Saudoso, na altura das ruas José Bonifácio, Barão do Amazonas e Visconde de Inhaúma.  

O custo estimado é de R$ 2,7 milhões e o prazo de conclusão é de seis meses após a emissão da ordem de serviço. A empresa responsável pelas obras deve ser escolhida em 20 de abril isso se o edital não for alvo de questionamentos no TCE (Tribunal de Contas do Estado).  

A estimativa de custo é R$ 500 mil mais barato do que os projetos iniciais elaborados pela gestão Dárcy Vera (PSD) em maio de 2015.  Nos bastidores, as obras são vistas como o reforço de uma agenda positiva de Nogueira.  

No ano passado o governo contingenciou gastos para colocar as contas em dia. Conforme A Cidade mostrou na semana passada, até a zeladoria da cidade, considerada "prioridade" pelo tucano, teve serviços como a varrição de ruas reduzidos pela metade em relação a 2016.  

Este ano, além de intensificar o recapeamento de ruas, as obras do PAC apesar de impopulares durante a execução, em razão dos impactos no trânsito - são uma das apostas do Palácio para mostrar à população que o governo não está parado.
Com as pontes, haverá passagem direta dos veículos nos sentidos Centro e Campos Elíseos, a exemplo do que ocorre nas pontes na altura das ruas Tibiriçá, Amador Bueno e Garibaldi.  

Mais cinco obras em 2018  

Em meados do segundo semestre, a prefeitura espera licitar outras cinco obras do PAC Mobilidade (veja infográfico acima). Desta vez, serão projetos mais complexos, incluindo viadutos e corredores estruturais. O conjunto deve custar entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões. 

Edital só nesta terça  

Apesar da publicação no Diário Oficial informar que o edital das três pontes está disponível ao público no Portal da Transparência da Prefeitura, a Secretaria de Administração informou que a disponibilização ocorrerá apenas hoje. 

TCE barrou Dárcy  

A aprovação dos cerca de R$ 310 milhões do PAC Mobilidade foi uma das principais vitrines da segunda gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (PSD). Ela, porém, não conseguiu entregar nenhuma obra.  

Desde 2015, o Palácio Rio Branco tentou emplacar a execução de todas as obras agregadas em dois pacotões, licitadas pelo RDC (Regime Diferenciado de Contratações) que traz regras mais flexíveis e foi utilizada pelo Governo Federal nas obras da Copa do Mundo.  

A estratégia foi barrada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), que exigiu licitações em separado para cada obra.
Dárcy conseguiu, apenas, licitar a duplicação da Mungnatto Marincek, mas Nogueira herdou as obras praticamente paralisadas, rompeu com a empresa no ano passado e contratou nova empreiteira, com previsão de término para esse ano.  

Ano passado, a prefeitura contratou uma empresa para realizar o projeto executivo (espécie de estudo detalhado dos gastos e trabalhos de engenharia) das obras. Os primeiros projetos prontos foram as pontes agora licitadas. 

Custo antigo  

3,2 mi era o valor previsto, em maio de 2015, pela Prefeitura de Ribeirão Preto, para as três pontes, agora licitadas por valor estimado em R$ 2,7 milhões.