Estádio Santa Cruz, do Botafogo de Ribeirão Preto (foto: Milena Aurea / A Cidade)

O fantasma está de volta para assombrar o Botafogo. Embora esteja em alta dentro de campo - no Paulistão e na Série C do Brasileiro -, o Tricolor tenta encontrar uma luz no fim do túnel para evitar a perda do estádio Santa Cruz. Uma audiência conciliatória entre representantes do clube e do antigo Banco Axial, marcada para o dia 11 de maio, na 6ª Vara Cível de Ribeirão Preto, será o último capítulo de um pesadelo que atormenta os botafoguenses há 18 anos.

Os valores, negociáveis e ainda em trânsito na Justiça, são assustadores: a dívida com o banco já ultrapassa os R$ 100 milhões. Caso o Botafogo não consiga fechar acordo com a Axial Participações, que investiu no clube em 1999, o Santa Cruz e o terreno anexo ao estádio irão a leilão.

“Estamos com a faca no pescoço e temos que sair desse calvário, o ano do centenário precisa ser o ano do resgate. A perda do estádio seria uma catástrofe”, avaliou Miguel Mauad, integrante de uma comissão que cuida do caso. “É a última chance. E existe a possibilidade de perder [o Santa Cruz]. O Botafogo quer pagar, nós precisamos equacionar isso, mas dentro de uma realidade”, completou o advogado Adalberto Griffo.

‘Dívida impagável’

Com juros sobre juros, a dívida adquirida na época em que o time disputou o Brasileirão de 1999 pode superar valores especulativos correspondentes ao Santa Cruz e terrenos anexos, em torno de R$ 145 milhões. “Virou uma bola de neve, é um valor alto, impagável. Isso cria um clima de desespero”, afirmou Mauad.

Em maio de 2014 houve um acordo entre as partes e a dívida chegou a cair de R$ 58 mi para R$ 30 mi. O clube, no entanto, não conseguiu investidores para colocar fim no pesadelo.