Há 20 anos Recreativa se tornava campeã brasileira de vôlei feminino

09/11/2014 17:27:00

Ribeirão Preto ?respirava? vôlei na década de 90 graças à equipe feminina da Recra

Milena Aurea / A Cidade
Vânia Mello, que deixou a Recra para jogar no Jundiaí, não participou da campanha do título de 1994, mas se lembra do feito histórico como se fosse hoje (Foto: Milena Aurea / A Cidade)

Esquecido pelos patrocinadores, reverenciado por toda uma geração e lembrado com orgulho por aqueles que ajudaram a escrever a história da equipe. Assim se resume a trajetória do vôlei feminino da Recreativa, que há pouco mais de 20 anos, no dia 22 de março de 1994, conquistava o seu título mais importante e atraia os holofotes de todo o Brasil.

Em uma final eletrizante, contando com o apoio da torcida que lotou o Ginásio da Cava do Bosque, a equipe estrelada por Fernanda Venturini, Estefânia, Ana Lúcia e Edna venceu o BCN/Guarujá por 3 sets a 1 e faturou o título inédito da Liga Nacional, a antiga Superliga. No banco de reservas, o técnico Chico dos Santos comandava aquela talentosa geração.

Capitã da equipe na campanha do bicampeonato paulista, em 1992 e 1993, a ex-meio de rede Vânia Mello deixou a Recra antes do início da Liga Nacional após se desentender com Chico dos Santos. Apesar do entrevero, Vânia ficou na torcida pelo time de coração. “Deixei muitas amigas lá, sempre torci pela cidade, esse título foi muito importante. Ribeirão não havia conquistado nada de tanta expressão”, afirmou Vânia, que hoje trabalha como técnica de vôlei na própria Recreativa.

Supervisor do time campeão na época, Eduardo Baptista exaltou as virtudes de uma equipe que se tornou referências do vôlei nacional. “Era quase uma seleção. O time defendia muito, a bola não caia no chão.” Na época, para chegar à final, a Nossa Caixa/Recreativa eliminou o Leite Moça/Sorocaba na semi.

Era a ‘cidade do vôlei’

Eduardo Baptista lembrou a mobilização da cidade em torno do time da Recra, que na época, campeão, foi para o Sul-Americano. “Ribeirão respirava vôlei, antes de começar a final, a fila [na Cava do Bosque] virava a esquina. Não cabia um mosquito dentro do ginásio, a molecada da época não esquece”, contou. Por questões financeiras, a equipe foi definitivamente desativada em 2000. “O clube, sozinho, não consegue se bancar”, disse Vânia.



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