Internet: o canal do 'candidato pobre'

16/07/2014 23:26:00

Propaganda nas redes sociais não pode ser paga e manifestações devem ser espontâneas, explica especialista

Matheus Urenha / A Cidade
Vereador e candidato André Luiz da Silva diz que baixo custo, ou mesmo a gratuidade, é fundamental para a escolha pela internet (Foto: Matheus Urenha / A Cidade)

Todos os candidatos nas eleições de outubro são unânimes no discurso de que nada substituiu o corpo a corpo em uma campanha eleitoral. Entretanto, o custo baixo ou zero e a rápida e ampla repercussão das redes sociais, tornaram a internet o principal canal na luta pelo voto do eleitor.

A ferramenta deve ser priorizada principalmente entre os “candidatos pobres”, aqueles que têm menos recursos próprios e doados para serem investidos.

Candidato a deputado federal, o radialista André Rodini (PV) é um dos que pretendem focar a campanha eleitoral no Facebook.

“Felizmente existem as redes sociais, caso contrário a campanha ia ficar só para os grandes”, destacou.

Ele mesmo é quem atualiza sua página, que prioriza fotos e mensagem diretas. “Por conta do imediatismo e da pressa, ninguém quer ir a fundo nas propostas”, frisou, emendando ter baixa rejeição por nunca ter ocupado cargo político.

Ele é um dos seis postulantes que divulgaram suas páginas - site, blog e facebook - ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Candidato à Assembleia Legislativa, o vereador André Luiz da Silva (PCdoB) também investirá nas redes sociais.

“Observo muitos candidatos sem muito capital. O fator custo baixo ou a não existência de custo é fundamental”, enfatizou Silva.

Ele está discutindo com a equipe se irá separar em seu site a atuação do vereador e do candidato. “O candidato pode explorar mais esse canal, desde que respeite a legislação”, frisou.

Apesar da ampla liberdade proporcionada pela internet, “alguns cuidados são necessários”, segundo o advogado Guilherme Correa da Silva.

Estreando na disputa para deputado estadual Maurício Balieiro Lodi (PV) já usa seu site para apresentar projetos ao eleitor.

Se eleito, Lodi diz que irá propor emenda constitucional estadual que garanta a inamovibilidade do delegado de Polícia Civil, como ocorre com juízes, a para garantir independência nos inquéritos policiais. 

Especialista diz que cuidados são necessários

Apesar da ampla liberdade proporcionada pela internet aos candidatos, “alguns cuidados são necessários”, de acordo com o advogado Guilherme Paiva Correa da Silva, especialista em Direito Eleitoral.

“A manifestação do pensamento é livre na internet, vedado o anonimato e assegurado o direito de resposta em casos de ofensas. As últimas reformas eleitorais criaram muitas restrições à propaganda de rua, então devido ao custo baixo e a grande penetração, a internet deve ser muito usada esse ano”, ponderou.

Segundo Silva, a propaganda na internet não pode ser paga e as manifestações devem ser espontâneas.

“O site do candidato deve ser comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado em um provedor nacional e o conteúdo elaborado pelo candidato ou por sua equipe”, explicou o especialista.



    Mais Conteúdo