Vereador diz que foi injustiçado em caso de menor preso por tráfico

22/08/2017 12:51:00

Declaração da PM em Boletim de Ocorrência (BO) cita que adolescente teria dito que 'trabalhava para o Marmita'

Ricardo Canaveze
Adauto 'Marmita' realizou coletiva acompanhado do advogado Hilário Walter do Vale Júnior (à esq.) (foto: Ricardo Canaveze / A Cidade))

 

O vereador Adauto Marmita (PR) disse que foi injustiçado por parte da imprensa ao ser ligado ao caso do adolescente apreendido por tráfico de drogas e que teria dito à PM (Polícia Militar) que trabalhava para uma pessoa conhecida por Marmita. A entrevista coletiva ocorreu na manhã desta terça-feira (22), na Câmara de Ribeirão Preto.

“Vocês vieram me procurar já me acusando. Eu queria deixar bem claro que sou uma pessoa séria. Em nenhum momento o adolescente fala que é o vereador Marmita, que é o Adauto Celso Honorato. Eu não sei de onde surgiu essa maldade”, declarou o parlamentar ao lado do advogado Hilário Walter do Vale Júnior, contratado para o defender neste caso.

O advogado afirmou que vai tomar todas as medidas para que seja feita uma retratação. Ele também negou que o vereador esteja envolvido no crime.

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“Alguns meios de comunicação da cidade trataram a notícia de forma leviana. Não temos ciência deste fato, não conhecemos esse adolescente, não sabemos de que forma foi dada esta abordagem. O policial não disse que o menino trabalhava para o vereador. Sequer o adolescente, sequer o policial disse que se tratava da pessoa do vereador Marmita”, disse.

O menor foi detido na noite de quinta-feira (18) com outros três adolescentes em um carro na rua Ângelo Egídio Pedreschi, no Parque Ribeirão, zona Oeste.

A PM afirmou no Boletim de Ocorrência (BO) que o menor teria dito que comprou o veículo por R$ 5 mil, dinheiro oriundo do tráfico de drogas. “[O menor] disse ao Militar que trabalha para o Marmita e que recebe R$ 200 por dia de serviço trabalhado das 18h à 0h”, de a acordo com o que consta no BO.

“Do jeito que o veículo de comunicação falou, jogou Ribeirão contra o vereador Marmita. Vamos pedir a retratação, porque tenho filhos e família. Vocês passaram a matéria com um julgamento já”, disse o parlamentar.

O advogado afirmou que não existe nenhuma investigação aberta sobre o fato e que não foi citado ou intimado, mas afirmou estar à disposição da Justiça. “Essa transparência que queremos”, disse.

A Polícia Civil havia informado na sexta-feira (18) que não se pronunciaria sobre o caso por estar sob sigilo ao envolver pessoa menor de idade.

“Por se tratar de investigação que envolve adolescente, nos termos da Lei nº 8069/90, a mesma corre em sigilo”, informou, por meio de nota, a Delegacia Seccional.

 



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