Massafera foi apelidado de 'Ribeirão Preto' pela Odebrecht, diz delator

16/04/2017 20:17:00

Ele teria recebido caixa dois de R$ 30 mil, em 2010, segundo o executivo Carlos Armando Paschoal

ACidade ON - Araraquara
Roberto Massafera é apontado por ter recebido 'caixa dois'; ele nega

Seis deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo são citados em delações de executivos da Odebrecht; contra cinco deles, há menções de caixa dois. Um deles é o araraquarense Roberto Massafera (PSDB) que recebeu como apelido outra cidade da região e será investigado pela Procuradoria da República em São Paulo. O deputada nega.

Roberto Massafera foi apelidado como ‘Ribeirão Preto’ pela construtora e teria recebido caixa dois de R$ 30 mil, em 2010, segundo o executivo Carlos Armando Paschoal. O delator ainda revelou ter mantido contato com o tucano, após as eleições, e que recebeu ‘ajuda’ do deputado em ‘várias situações’ envolvendo a empresa Foz do Brasil - que prestava serviços na área de saneamento antes da fundação da Odebrecht Ambiental.

"E a Foz do Brasil precisava ampliar o negócio. E ampliar saneamento em São Paulo é complicado, porque a Sabesp controla mais ou menos metade dos municípios, então a Foz ficava limitada no crescimento".

Odebrecht diz ter pago R$ 30 mil de 'caixa 2' para Massafera

"Ocorreu a ideia que o Roberto, como eu, de interior, conhecer prefeitos que ele pudesse me apresentar ou apresentar a Odebrecht como empresa para ampliar o tipo de serviço. Eu o procurei, ele me sugeriu que identificasse no interior os municípios que estavam com deficiência de água e esgoto. Porque não adiantava entrar para privatizar em um lugar que tinha bom serviço de autarquia. Ele dava exemplo da própria Araraquara que tinha há cem anos água ‘fluorada’. Identificamos Bauru. Ele até fez apresentação minha para o prefeito de lá. Não presencial, mas ‘olha, vai te procurar uma pessoa da Odebrecht’", relatou o Paschoal.

Em nota divulgada anteriormente, o deputado diz: “em nenhum momento dos mais de 30 anos de vida pública solicitei recursos ilegais para financiar as seis eleições que participei. Todas as campanhas políticas foram legítimas, contabilizadas na forma da lei e aprovadas pela Justiça Eleitoral. Jamais, em tempo algum, autorizei que recursos não declarados fossem solicitados em meu nome."
 



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