O aposentado José Gilmar Basso assiste todos os programas eleitorais e cobra mais propostas (Foto: Weber Sian / A Cidade)

A uma semana do fim da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão - que se encerra no dia 28 de outubro -, o eleitor promete acompanhá-la com atenção, já que este é o espaço que pode ajudar na decisão do voto neste segundo turno. Para especialista, esta é a hora dos candidatos intensificarem a campanha e atraírem a atenção do eleitor.

O aposentado José Gilmar Basso, de 63 anos, assiste o horário eleitoral gratuito todos os dias.

“Aprecio a política e gosto de acompanhar os candidatos. A gente é obrigado, pois dependemos dela”, diz. “Mas, acho que as campanhas estão com o nível baixo, priorizando os ataques ao invés da apresentação das propostas”, reforça.

Mesmo sem gostar do tom das campanhas dos candidatos ao segundo turno, Basso já escolheu em quem votar no dia 30 de outubro. “Estava em dúvida. Mas, com a ajuda do horário eleitoral acabei me decidindo”, frisa.

A auxiliar de limpeza Sebastiana Furlani, de 53 anos, ainda não decidiu seu voto. “Assisto ao horário eleitoral só de vez em quando”, diz. “Porém, nesta última semana pretendo acompanhar para fazer minha escolha”, completa.

Para ela, o espaço é importante para o eleitor analisar as propostas dos candidatos. “E para depois ver se o que o político falou é verdade ou não”, afirma. “Cada candidato fala uma coisa, e promete muito. Mas, quando é eleito, não faz o que prometeu”, comenta.

Com todos os casos de corrupção verificados na cidade e a Operação Sevandija, Sebastiana ficou na dúvida se deveria ou não exercer seu direito ao voto. “Depois vi que se não votar, não poderei cobrar o político eleito no futuro”, pondera.

Intensificação

Para Ary Engracia Garcia Neto, especialista em marketing político, com a aproximação do fim do horário eleitoral é natural que os candidatos intensifiquem sua campanha. “Isso ocorre porque a maioria dos eleitores deixa para decidir seu voto nos últimos dias, onde passam a assistir com maior atenção o horário eleitoral e os debates”, diz.

Segundo Garcia, o candidato que fica atrás nas pesquisas tende a partir para o ‘tudo ou nada’, e o que lidera vai querer responder. “Em minha opinião isso pode ser um erro, visto que a audiência na reta final é maior”, frisa. “Os candidatos devem focar em propostas, projetos e mostrar quem está mais preparado para assumir uma prefeitura com tantas dificuldades como a de Ribeirão Preto”, reforça.

Para o especialista, existe diferença em dizer aquilo que a militância gosta de ouvir - como ataques e acusações -, e o que estrategicamente dever ser falado ou o que não deve ser respondido para agradar a maioria dos eleitores.

O que dizem os candidatos

Ricardo Silva (PDT)

“Chegamos à reta final com o mesmo propósito do início, em fevereiro, quando começamos a desenvolver o Projeto de Cidade: mudar o cenário de Ribeirão Preto e romper com a velha política. Vamos continuar apresentando propostas reais. Vamos defender o Aquífero Guarani por meio da modernização do Daerp e preservação da área de recarga. Não vamos pegar a água do Rio Pardo, que é muito mais poluída e teria um custo maior para ser entregue à população. Continuaremos mostrando que temos um novo modelo de gestão, acabando com os cabides de emprego e com a troca de cargos por apoio político.”

Duarte Nogueira (PSDB)

“A estratégia é dar sequência à linha adotada pela campanha desde o início: propositiva. É isso o que o ribeirão-pretano quer. Denúncias vazias, agressões ou deturpações só mostram a falta de rumo de uma candidatura. Não é partindo para apelação ou baixando o nível da campanha que vamos conquistar o eleitor ou aumentar as nossas qualidades. Muito pelo contrário. Vamos também incentivar o ribeirão-pretano a votar. Chamá-lo para a importância desta decisão. Afinal, é o futuro da nossa cidade que está em jogo.”