O caminho para as urnas no segundo turno

22/10/2014 14:01:00

Abstenção cresce a cada disputa eleitoral - e tanto PT quanto PSDB estão de olho nesses votos

Na reta final para o segundo turno, lideranças políticas de PSDB e PT, os dois partidos que polarizam a disputa pela presidência buscam “convencer” os eleitores a não deixarem de ir às urnas neste domingo.
Isso porque, com a corrida eleitoral cada vez mais acirrada, o voto de cada eleitor pode garantir a vitória ou simbolizar a derrota do tucano Aécio Neves ou da petista Dilma Rousseff.

O esforço da militância de ambos os partidos é para reduzir o alto índice de abstenção registrado no segundo turno nas eleições presidenciais desde 2002.

Dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apontam que, somente em Ribeirão, 56,5 mil eleitores deixaram de votar em 2002. Em 2006, os faltosos foram 71.133 – e esse número saltou para 72,2 mil em 2010. Agora, no primeiro turno desta eleição, mais de 92 mil também não votaram.

Se engana quem acha que deixar de participar da eleição, não fazendo sua escolha política, ficará isento de qualquer responsabilidade futura. Votar é o único ato de cidadania que pode ajudar o país a encontrar o caminho correto.

A hora é agora
Em entrevista recente ao A Cidade, o juiz eleitoral Heber Mendes Batista afirma que os eleitores precisam aproveitar o momento para mudar a realidade política do país.

“Todo mundo reclama tanto dos políticos que, quando tem uma oportunidade dessa, é preciso aproveitar e votar de forma consciente em candidato que possa fazer alguma coisa pelo país”, opina.
Para convencer os eleitores a irem às urnas, as lideranças políticas de Ribeirão e região tentam vender, com a melhor embalagem, seus respectivos candidatos.

Enquanto militantes do PSDB defendem que o momento é de mudança no rumo político do Brasil e que a alternância do poder é para o bem do povo, os petistas afirmam que a continuidade é a melhor opção para os investimentos em áreas como assistência social e direitos trabalhistas.

Sem faltas, cenário seria diferente

Somente no primeiro turno, mais de 92 mil eleitores de Ribeirão Preto deixaram de votar. Caso não houvesse esse alto índice de abstenção, petistas ouvidos por A Cidade afirmam que o desempenho da presidente Dilma Rousseff (PT) teria sido bem melhor na cidade.

A candidata do PT ficou em terceiro lugar, com 61,6 mil votos, abaixo de Marina Silva (PSB), que teve 69,9 mil votos. Já Aécio Neves (PSDB) teve votos de mais de 149 mil eleitores da cidade. Para os fieis do PT local, caso Dilma tivesse conquistado pelo menos 70% dos votos dos 92 mil eleitores que não votaram, ela poderia ter ficado em segundo lugar e não em terceiro, como ocorreu.

Análise - Voto como instrumento importante

“As pessoas devem entender, se conscientizar, de que o voto é o instrumento mais importante da democracia. É por meio do voto que as pessoas podem mudar caminhos, trajetórias, buscar o novo ou continuar com o mesmo. Mas, infelizmente, os eleitores não entendem a importância desse direito e simplesmente deixam de votar. Essa não é uma decisão correta. Os eleitores devem fazer uma escolha – se é a correta ou a errada, é difícil saber de imediato, mas faça a sua escolha, se posicione. Pode até parecer utópico, mas se todos os eleitores dessem mais atenção e tivessem mais respeito pelo voto, teríamos um cenário político diferente.” Maximiliano Martim Vicente, cientista político.



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