Dória promete emprestar pms, drone e blindado contra o crime em Araraquara

22/10/2018 19:55:00

Candidato tucano esteve hoje, em São Carlos, e falou sobre as promessas ao ACidadeOn e EPTV

Candidato João Dória, do PSDB, concedeu entrevista à EPTV na noite desta segunda-feira (G1/Colaboração)
Bandeira de campanha do candidato ao governo de São Paulo, João Dória (PSDB), a segurança pública voltou a ser tema de discussões hoje, em São Carlos, na entrevista dada ao ACidadeON. O candidato falou sobre o Batalhão de Ações Especiais da PM (Baep), que deve ficar em Ribeirão Preto, mas com proposta de apoiar eventualmente as regiões de São Carlos e Araraquara (assim como é feito com o Grupamento Aéreo), além do reforço de drones no combate ao crime e também a desativação das equipes de escolta da Polícia Militar que classificou como babás de presos.

Esses foram alguns dos assuntos tratados por Dória na passagem por São Carlos. Ele fez um ato rápido de campanha em um supermercado e, em seguida, concedeu uma entrevista ao EPTV-2, da afiliada da Rede Globo na região central, e ao ACidadeON. O apoio de drones, o DronePol, deve seguir o modelo que o candidato utilizou para a Guarda Civil Municipal de São Paulo, quando esteve à frente da Prefeitura. Por lá, dos oito prometidos só quatro operam. Para Dória, o modelo é importante e só recebe elogios.

"Cada drone custa quase meio milhão de reais construídos para vigilância aérea", diz o candidato lembrando que o equipamento auxilia na prevenção e combate ao crime. Ao ACidadeON, o candidato defende a bandeira: "Vai ser uma ação integrada envolvendo a Polícia Militar, Civil e Guarda Civil Municipal por meio de inteligência e com extensões. O Baep será atuante aqui sim (macrorregião), com 300 policiais, equipamentos, automóveis, automóveis blindados e drones. Será um braço importante para essa região", promete o candidato, indo além. "Vamos colocar bases comunitárias com cinco policiais dentro".

Apesar de um curso de formação do policial militar durar mais de um ano e meio, segundo o candidato, para cumprir a promessa ainda no começo de mandato, caso seja eleito, ele irá retirar os militares dos serviços de escolta. A medida, no entanto, contraria muitos juristas, mas, Dória garante ter conversado sobre o tema como o Tribunal de Justiça. "Vamos acabar com esse negócio de policial servindo de babá para presos. Já disse e afirmei: não podemos ter seis mil, dos 88 mil policiais do Estado de São Paulo, mobilizados levando presos para o Fórum criminal". Para ele, o detento deve fazer videoconferência.

O tucano ainda falou sobre a proposta de barrar a saidinha dos presos em regime semiaberto, que no Estado são liberados a passar um período em casa no Natal/Ano Novo; Páscoa; Dia das Mães; Dia dos Pais; e Finados. Quem determina o sim ou não é o juiz com base na Lei de Execução Penal. Apesar de não ser uma matéria direta do governador, haja vista que trata de outro Poder, o Judiciário, caso seja eleito, Dória promete atuar no tema. "Vou acionar a nossa bancada federal para votar favoravelmente a um projeto que já segue no Congresso Nacional".

A defasagem no quadro da Polícia Civil que é uma realidade, de acordo com o Sindicato da categoria, também foi assunto por aqui. "É impossível prever delegacias que não funcionem 24 horas por dia". Ele promete ampliar o quadro de policiais, mas, no entanto, não deu uma data para esse modelo entrar em funcionamento. Hoje, são 126 Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) no Estado, mas, segundo o candidato, outras 40 serão implantadas. Em Araraquara e São Carlos elas existem, mas fecham à noite. Dória disse que esse modelo será revisto.
 
João Dória faz campanha em São Carlos e cede entrevista à EPTV (Claudio Dias/ACidadeON)
Universidades

A região é formada pela excelência nas universidades públicas, entre elas, a Unesp e a USP, mas o Estado padece na redução no repasse das verbas, conforme balancetes dos Sindicatos. Para Dória, as universidades têm autonomia plena de gestão e o que precisa ser feito é uma revisão dos recursos. Quando a questão é saúde é possível um adicional, diz o candidato citando o problema dos hemonúcleos não abrirem aos finais de semana, quando é justamente o período que o doador tem disponível.

Buracos

Dória também falou sobre um problema que atinge muitos moradores da região: os buracos nas ruas. Em São Carlos, por exemplo, neste ano foi acordado um repasse estadual de R$ 10 milhões para o recapeamento. Para ele, o que foi prometido será cumprido. Se possível, melhorado. "Estive conversando com Paulo Guedes (anunciado pelo candidato a presidência Jair Bolsonaro, do PSL, como ministro da economia), e ele me disse que fará o pacto federativo que é distribuir os recursos para os governos", diz Dória. "Como eu serei municipalista, asfaltamento está entre os recursos e prioridades".

O candidato tucano ainda manteve propostas feitas anteriormente, entre elas, ampliar o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), um cuidado extra à ciência e tecnologia. "O mundo é digital, o mundo é século 21. Não é mais analógico, não é o mundo do papel. É o mundo digital", cita o candidato que a tecnologia ajuda até no combate a corrupção". O tucano também falou sobre investimentos na malha ferroviária com parcerias públicos privadas e prometeu rever os modelos de contratos com as concessionárias responsáveis por administrarem as rodovias paulistas. Isso, é claro, quando novos acordos forem firmados. "Vamos propor uma redução nos valores dos pedágios".
 

Números

No primeiro turno em todo o Estado, João Dória teve 31,77% dos votos válidos, ou seja, foi a escolha de 6.431.555 no Estado. Em segundo lugar ficou Márcio França em decisão apertada com Paulo Skaf, que hoje o apoia, com 21,53% ou 4.358.998 votos.

Em Araraquara, o candidato tucano teve 26,41% da preferência do eleitorado que equivale a 25.714 votos. Já o atual governador que disputa a vaga pelo PSB recebeu 20,93% ou 20.380 votos, menos que Skaf no primeiro turno.

Quando o recorte do primeiro turno é feito em São Carlos, Dória teve 31,31% dos votos de 33.603 eleitores. Já França somou 21,56% ou 23.137 votos. "Saímos vencedor no primeiro turno e estou seguro que aqui Jair Bolsonaro (candidato a presidência pelo PSL) terá grande votação e eu teria uma votação consagradora para governador", diz Dória, que passou a usar uma nova hashtag, a #BolsoDória, justamente para buscar a simpatia do outro eleitorado. O candidato nega ter sido oportunista e afirmou que, depois da apuração do primeiro turno, optou por apoiar Bolsonaro por ser totalmente anti-esquerda.

A última pesquisa sobre o tema, do Datafolha, sobre o 2º turno das eleições para o governo de São Paulo, divulgada na quinta-feira passada, mostrou que João Dória segue a frente nas intenções dos votos válidos.

O candidato tucano tem 53% enquanto seu adversário político, o atual governador Márcio França (PSB), que era vice de Geraldo Alckmin (PSDB), tem 47% dos votos válidos. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S. Paulo". O nível de confiança da pesquisa é de 95%.







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