Marcos Papa promete foco no saneamento básico

15/09/2018 10:00:00

Vereador em Ribeirão Preto no segundo mandato, o político da Rede Sustentabilidade se diz contrário as emendas parlamentares

Marcos Papa (Rede) é candidato a deputado federal (Foto: Weber Sian / A Cidade)


A CIDADE: Se for eleito deputado, qual o principal objetivo do senhor?
MARCOS PAPA: Objetivo é tirar do papel, dando um prazo definitivo para a lei do saneamento básico. Eu quero criar a Lei de Responsabilidade Sanitária. Já tem oito anos do Plano Nacional de Saneamento Básico e as notícias mais recentes dão conta que os lixões no Brasil cresceram. Nós tivemos, principalmente no governo Dilma (Rousseff, PT) um excesso de prazo para os governos implantarem a políticas de saneamento básico em seus municípios. No caso de Ribeirão Preto, é um exemplo no percentual de esgoto tratado, mas tem números irrisórios na reciclagem de lixo. No caso dos quatros capítulos do saneamento (esgotamento sanitário, resíduo, água e drenagem), na água e resíduo Ribeirão Preto está atrasada. No caso da água porque desperdiça e no caso dos resíduos porque não recicla. Então falta um Congresso Nacional comprometido em tirar do papel, para implementar definitivamente as polícias de saneamento básico no País.

Candidato, nesses dois anos, entre a eleição para vereador e a eleição atual, o que o senhor fez na vida pública que o credencia a ser escolhido deputado federal?
O brasileiro sabe o quanto nós precisamos combater a corrupção. Mas eu vejo muitos candidatos dizendo que vão combater estão no Legislativo há anos, mas nunca tomaram a iniciativa no campo do combate a corrupção. Das quatro linhas de investigação da Operação Sevandija, o meu mandato agiu diretamente em três. Eu sou o autor da representação contra os honorários da advogada Zuely (Librandi), fui presidente da CPI do Daerp e eu parava as sessões da Câmara Municipal porque a base aliada da ex-prefeita Dárcy Vera não queria votar as contas dela. Essa ação contundente contra a corrupção no primeiro mandato, ela acabou se desdobrando nesses dois anos do segundo mandato. Eu também afirmava que a autorização para exploração de publicidade nos pontos de ônibus era ilegal (foi dada pela gestão Dárcy Vera). E agora finalmente a prefeitura veio a público dizer que a autorização era ilegal. Esses espaços podem trazer, de acordo com o meu cálculo, trazer R$ 12 milhões por ano ao transporte coletivo. Esses R$ 12 milhões podem baratear a tarifa em até R$ 0,40. Também consegui aprovar a Lei das Podas. Hoje qualquer empresa ou pessoa física que faça uma poda de árvore ela tem que ter recebido um treinamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e portar uma credencial.

De acordo com o Ministério Público e com a Polícia Federal, as irregularidades ocorriam não só no governo Dárcy, mas também na Câmara. Por que o senhor também não denunciou os problemas do Legislativo (como a farra do RTI), assim como fez contra o Executivo?
Isso fica escondido de tal forma em um conluio da Mesa Diretora com a diretoria da Câmara que eu não tinha acesso. Quando iniciei meu mandato, eles não deixavam eu publicar a minha relação de assessores. Eu fiz uma pressão política muito forte para que os nomes dos assessores fossem publicados no site da Câmara. Era um reino das trevas naquela Câmara. A Polícia Federal apreendeu planilhas que mostravam que os vereadores controlavam um caixa 2 de devolução de salários. O meu gabinete foi o mais barato da Câmara Municipal, custando em torno de R$ 500 mil em um ano. O gabinete dos vereadores da base aliada da ex-prefeita chegaram a custar R$ 1,2 milhão. Mas não tinha transparência, nada era publicado. Então precisou de uma força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Federal.

O senhor garante que, se eleito, vai cumprir os quatro anos de mandato de deputado sem se candidatar a prefeito em 2020?
Meu compromisso é cumprir o mandato até o final. No primeiro mandato assumi o compromisso de cumprir os quatro anos e cumpri. Agora nesse segundo mandato, a população até queria que eu concorresse a prefeito, mas não tinha estrutura partidária. Agora se eleito deputado vou cumprir o mandato até o final.

O senhor acha que é função de deputado destinar emendas parlamentares para a base eleitoral?
É lamentável que isso ocorra no Brasil ainda. Vejo deputados que fecham os olhos para a corrupção e se comportam como comparsas de governos corruptos. Depois distribuem esmolas em forma de emendas parlamentares. Em Ribeirão Preto isso existia e felizmente não existe mais. Entidades do terceiro setor desejam que isso volte, mas isso é fonte de corrupção. Normalmente parlamentares ligados a governado vão direto aos ministérios e as secretarias pedir obras para os corrais eleitorais. No caso das emendas parlamentares eu sou contra. O parlamentar tem a função principal de fiscalizar o Executivo.

Na última eleição para presidente da república, a Rede apoiou, no segundo turno, Aécio Neves, do PSDB. Levando em conta essa situação, o senhor classifica a Rede como partido de direita, esquerda ou centro?
É uma definição complicada porque apanhamos da esquerda porque apoiamos o Aécio e apanhamos da direita porque a Marina Silva (candidato à Presidência) veio do PT. Mesmo a Marina tendo rompido com o PT porque viu de perto o mar de corrupção e lama que o governo de afundava. E também porque ela propunha matriz energética limpa. Nós não temos rótulo. 

Marcos André Papa
Nome da urna: Marcos Papa
Partido: Rede Sustentabilidade
Idade: 52 anos
Profissão: Empreendedor Social
Carreira: Está na quinta eleição. Já disputou três vezes para vereador e foi eleito duas vezes, além de ter concorrido para deputado estadual em 2010  




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