Descrente: A aposentada Nilda Amaral diz que só vai acreditar quando ver a UPA do Sumarezinho em pleno funcionamento (foto: Lucas Catanho / A Cidade)

 O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) anunciou ontem que a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Sumarezinho abrirá ao público até o final de junho.  

"Vamos colocar a UPA do Sumarezinho para funcionar até o final deste primeiro semestre", prometeu o chefe do Executivo, em evento ontem, em que foi feita a entrega de duas ambulâncias para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).A prefeitura já havia anunciado duas datas previstas para abertura da UPA, ambas descumpridas.  

Em janeiro de 2017, o secretário municipal de Saúde, Sandro Scarpelini, havia dito que a meta era abrir a UPA do Sumarezinho até o final do ano. Em outubro, o prazo foi esticado para "início de 2018".  

"Estamos em tratativas avançadas desde outubro junto à USP para firmar um convênio de interesse mútuo. Daí é que virão os profissionais", explicou Scarpelini.  

O prédio do posto foi entregue em dezembro de 2016 e a demora para entrar em funcionamento fez o local virar abrigo de moradores de rua.  

A aposentada Nilda Amaral, 60, lamenta a situação e coloca em xeque a nova data de inauguração anunciada pela prefeitura.  

"Essa demora é um descaso, só acredito que vai abrir em junho quando eu olhar o posto aberto atendendo o público. Enquanto essa UPA não abre, os outros postos ficam sobrecarregados", declarou.  

Moradora a duas quadras da obra da UPA do Sumarezinho, Nilda teve de levar a mãe, de 88 anos, até a UPA da 13 de Maio após a idosa ter sofrido um pico de hipertensão.  

"É muito longe sair daqui e ir até a 13, o posto estava aqui do lado. A população está pagando um alto preço porque, se sucatearam a cidade, continuamos pagando certinho os nossos impostos", concluiu.  

Nogueira declarou que a meta é ter quatro UPAs funcionando até o final do governo 2020. "Vamos começar as obras de conclusão da UPA Norte neste ano e recuperar a UPA da Vila Virgínia", concluiu.   

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Faltam até 40 clínicos gerais nos postos 

Além das UPAs emperradas, outro problema grave na saúde é a falta de médicos.  

O secretário municipal de Saúde, Sandro Scarpelini, estima que a maior demanda hoje por profissionais na rede é de clínicos gerais para atenderem nos postos da rede básica. "Estimamos que faltam hoje entre 30 e 40 médicos clínicos gerais para suprir a demanda."  

Segundo ele, a proposta da secretaria é que a reposição de clínicos gerais seja feita por profissionais concursados. "Na atenção básica precisamos de médico com vínculo mais profundo com a comunidade, sem muita rotatividade."  

Scarpelini esclareceu que há concurso de clínicos gerais aprovados e aptos a trabalhar na rede municipal, válido até o final deste ano. "Esses profissionais serão chamados. Assim que o prefeito estudar com a equipe econômica, será anunciado. Não tem um prazo definido, mas será em breve."  

A secretaria começou a comprar, neste mês, serviços do Hospital Santa Lydia para ofertar 640 consultas por mês de cardiologia especialidade com sete meses de espera e 2 mil pacientes na fila atualmente.  

"Isso poderá acontecer em outras áreas, estamos em tratativas com o Santa Lydia para que invistam nas especialidades no topo da fila, dentro das nossas possibilidades financeiras." Segundo ele, os mutirões devem prosseguir para reduzir as filas na Saúde.   

UPA Norte começa a ser retomada  

A situação da UPA Norte começa a se desenrolar somente agora, já que, segundo o secretário Scarpelini, sairá até o final do mês o resultado da auditoria contratada pela prefeitura. "Com esse relatório vamos saber se a empresa deve para a prefeitura ou vice-versa e o documento será um diagnóstico que servirá de base para a próxima licitação". A obra está parada há um ano e cinco meses, desde quando venceu o contrato com a empreiteira. O secretário tem a expectativa que as obras sejam retomadas até o final de junho. Os funcionários para atender na UPA Norte devem ser remanejados da UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) do Quintino 2. 

Prefeitura aguarda autorização  

Nogueira falou da expectativa de resolver a parte administrativa e receber do governo do Estado a autorização para a prefeitura começar a construir o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) em um terreno na Vila Virgínia (zona Oeste), ao lado da Fatec.  

Segundo A Cidade publicou, na construção devem ser investidos R$ 13 milhões, dinheiro que sobrou do Orçamento da Câmara em 2017.  

O governo do Estado já aceitou a proposta da prefeitura e deverá equipar e dotar de profissionais o AME.  

"Serão 200 profissionais para atender em 25 especialidades diferentes. Com isso reduziremos significativamente ou totalmente as filas que temos hoje no atendimento de média complexidade", concluiu Nogueira.
  
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