Câmara decide pagar mais R$ 1,7 mi para retomar obras do anexo

08/03/2018 19:55:00

Obras estão paradas desde setembro de 2016 e já consumiram R$ 6,4 milhões. Presidente do Legislativo diz que nova licitação ficaria R$ 1,5 milhão mais caro


O presidente da Câmara, Igor Oliveira (MDB), bateu o martelo para tentar resolver a novela das obras do anexo da Casa, paralisadas desde setembro de 2016. Foi assinado nesta quinta-feira (8) um aditivo, no valor de R$ 1,7 milhão, para a empresa Cedro retomar o projeto, que já custou R$ 6,4 milhões dos R$ 6,8 milhões previstos. O reinício deve ocorrer nesta segunda-feira (12) e o prazo de conclusão é janeiro de 2019.  

Idealizada pelo ex-presidente Walter Gomes, preso pela Operação Sevandija, as obras iniciaram em agosto de 2015 e são investigadas pelo Ministério Público e Polícia Civil. Há suspeitas de erros no projeto e na execução, além de superfaturamento.  

Em julho do ano passado, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) recomendou o rompimento imediato do contrato com a Cedro.  

Começou então o impasse da Mesa Diretora à época: uma nova licitação poderia ficar mais caro do que manter a Cedro à frente da construção.  

Segundo nota oficial enviada na noite desta quinta-feira (8) pela atual presidência da Câmara, a Secretaria de Obras da Prefeitura analisou que a manutenção da atual empresa "economizará aos cofres do município quase R$ 1,5 milhão" em relação a uma nova contratação.  

Desde que assumiu, há dois meses, a atual Mesa Diretora se reuniu com Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas. Havia o temor de que, mantendo a obra paralisada, os vereadores poderiam responder por omissão, tendo em vista a depreciação do local.  

Assim, mesmo ainda aguardando a emissão de um relatório do MP com um pente-fino do que foi executado até agora, Igor decidiu retomar o contrato.  

Segundo a Câmara, o contrato com a Cedro inclui uma cláusula apontando que a empresa deve ressarcir o Legislativo caso o MP encontre irregularidades.  

"Não temos nada a esconder. A conclusão da obra é uma necessidade. Não poderíamos pecar por omissão. Estamos fazendo o que já deveria ter sido feito", afirmou, em nota, o presidente Igor Oliveira.  

A fala é uma crítica direta a Rodrigo Simões (PDT), que enquanto presidente no ano passado não decidiu se rompia ou continuava o contrato.  

"Isso [retomada] é rasgar o relatório da CPI. A Câmara deveria aguardar o posicionamento do Ministério Público, para evitar maiores prejuízos", rebateu Rodrigo ao A Cidade.  

Representantes da Cedro sempre negaram irregularidades na execução da obra, alegando que os problemas ocorreram devido a falhas no projeto contratado pela Câmara.  

Além do término da construção, serão instalados no prédio rede lógica (internet e telefone), sistema contra incêndio, elétrico e de climatização. Eles serão licitados à parte e não estão inclusos no contrato com a Cedro.



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