Guimarães pega mais 56 anos de cadeia por assassinato de mulher

22/02/2018 07:20:00

Ex-investigador acusado de integrar grupo de extermínio já soma 176 anos de prisão por cinco mortes; julgamento acabou na madrugada no Fórum de Ribeirão Preto

 


Ricardo José Guimarães foi condenado novamente (foto: Matheus Urenha / A Cidade)

Após 16 horas de julgamento, o ex-investigador Ricardo José Guimarães, acusado de integrar um grupo de extermínio em Ribeirão Preto, foi condenado na madrugada desta quinta-feira (22) à pena de 56 anos de prisão pelo assassinato de Tatiana Assuzena, 24 anos, em 24 de março de 2004.  Esse foi seu terceiro julgamento popular e terceira condenação em sete meses. No total, o ex-policial já soma 176 anos de prisão por cinco homicídios.   

A decisão é do 2º Tribunal de Júri de Ribeirão Preto, que julgou também o ex-investigador Rodrigo Cansian e Karina Modesto, pelos mesmos crimes.  Os dois foram condenados a 35 e 32 anos de prisão, respectivamente.  Os três foram julgados pelos crimes de tentativa de homicídio, homicídio duplamente qualificado e constrangimento ilegal.   

 

MORTE DE TATIANA 

Tatiana foi morta a tiros na frente do filho nos Campos Elíseos. Segundo o Ministério Público, o alvo de Guimarães seria o noivo de Tatiana, Almir Rogério da Silva.

À época, Guimarães foi preso em flagrante pela Polícia Militar, quando lutava com Almir Rogério da Silva, 29, em uma rua do mesmo bairro onde ocorreu o homicídio. Guimarães estava com duas armas.  Segundo a acusação,  ele e Cansian foram até a casa de Almir para matá-lo. Guimarães, que estaria usando um colete da Polícia Civil e um capuz, foi quem invadiu a residência e atirou no peito de Tatiana. 

Ao assistir ao crime, Almir atacou o investigador e os dois começaram a lutar. A briga entre eles só terminou na rua com a chegada da Polícia Militar, chamada por vizinhos. Cansian, que esperava o investigador no carro estacionado na porta da residência, teria fugido com o carro após ouvir disparos.

Com Guimarães, os militares apreenderam duas pistolas, um silenciador, duas cápsulas deflagradas e um capuz. O investigador sustentava que a morte de Assuzena havia sido acidental. 

OUTROS JULGAMENTOS  

Em julho passado, o ex-investigador foi condenado a 72 anos de prisão pelas mortes dos adolescentes Enoch de Oliveira Moura, 18 anos, e Anderson Luís de Souza, 15, ocorridas em maio de 1996. Já no último mês de dezembro de 2017, o ex-policial foi condenado a 48 anos de prisão pelos assassinatos e ocultação de cadáveres de dois ex-policiais civis, ocorridos em julho de 2005 no Uruguai.



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