Travesti morre após ser espancada em motel de Ribeirão Preto

18/02/2018 16:30:00

O autor do crime fugiu do local e abandonou o veículo em uma linha férrea, suspendendo a circulação de trens

 

 

 

 

Veículo foi abandonado na linha férrea e interrompeu a circulação de trens (Foto: Reprodução)

Uma travesti foi morta espancada na manhã deste domingo (17) em uma suíte do Village Motel, na Avenida Brasil, zona Norte de Ribeirão Preto. O autor do crime fugiu do local e abandonou o veículo em uma linha férrea, suspendendo a circulação de trens. Um suspeito foi identificado e é procurado pela Polícia Civil.  

 

O crime ocorreu por volta das 6h. Um porteiro do Village estranhou quando um homem de aproximadamente 30 anos, cabelo curto e braço ensanguentado, aparentava estar "perturbado" e tentava sair. Ele arrancou o veículo, um Celta prata, contra o portão e fugiu.  

Em seguida, funcionários do motel foram ao quarto em que ele estava hospedado e encontraram a travesti caída no chão, "com o rosto e cabeça com sangue e aparentemente morta", segundo registrado no Boletim de Ocorrência.  

A Cidade apurou que a vítima apresentava ferimentos na cabeça e aparentava ter afundamento facial. Ela não portava documentos e Polícia Civil teve que que coletar suas digitais para tentar identificá-la.  

O autor do crime tentou se evadir pela linha férrea localizada ao lado da rua Amparo, mas o veículo travou nos trilhos. Ele então deixou o local correndo.  

Por conta disso, a circulação de trens na linha férrea foi suspensa até às 11h, quando o veículo foi removido com auxílio de um guincho. Uma locomotiva, inclusive, parou a poucos metros do carro.  

A Polícia Militar pesquisou a placa do veículo e encontrou sua proprietária, que alegou ter emprestado para seu cunhado às 21h de sábado (17), e depois disso não teve mais contato com ele.  

Segundo familiares, ele - considerado o principal suspeito - era dependente químico de cocaína, mas não faz mais uso de entorpecentes.  

Até a publicação desta notícia a vítima ainda não havia sido identificada. A Polícia Civil apura a motivação do crime.  

Vítimas pelo país 

Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), no ano passado foram contabilizados 179 assassinatos de travestis ou transexuais no Brasil - um homicídio a cada dois dias.

Levantamento da Antra aponta que esse foi o maior número de casos nos últimos dez anos no País. Em 86% dos casos, segundo a associação,"foram apresentados requintes de crueldade, como uso excessivo de violência, esquartejamentos, afogamentos e outras formas brutais de violência, o que denota o ódio presente nos casos".
 


 



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