Ribeirão Preto perde delegacia especializada em crimes contra animais

12/01/2017 19:02:00

Registros de ocorrência são investigados em delegacias de acordo com região do crime; mudança é retrocesso, segundo entidades

F.L.Piton / A Cidade
Os donos de animais devem recorrer à delegacia eletrônica para registrar denúncias de maus-tratos (Foto: F.L.Piton / A Cidade)

 

Ribeirão Preto não tem mais uma delegacia e delegado específicos para a investigação dos crimes de maus-tratos contra animais. E essa descentralização nos registros de ocorrências, a partir de 2017, significa um retrocesso na luta pela causa animal, segundo ONGs.

Luta contra os maus-tratos

Agora, mesmo com a delegacia animal eletrônica para as denúncias, as ocorrências de casos envolvendo animais são enviadas ao distrito correspondente à região em que o caso aconteceu. Antes, os boletins eram investigados na Delegacia de Proteção do Idoso.

As entidades de defesa animal acreditam que os casos de maus-tratos não terão mais uma atenção especial.

"É lamentável assistir o governo do estado, mais uma vez, regredir na questão da segurança. As pessoas capazes de maus-tratos a animais fazem coisas piores ao ser humano", diz a voluntária e diretora da AVA Cristiane Dias.

A advogada e voluntária do instituto Iluminar, Viviane Alexandre, também acredita que a mudança é um retrocesso e que uma delegacia especializada faz com que as ocorrências de maus-tratos aos animais não sejam tratas como casos inferiores.

“O delegado, quando especializado, se envolve mais, entende melhor a legislação do caso especifico e tende a resolver melhor”, destacou.

Outro lado

Segundo a assessoria da SSP, essa mudança ocorreu devido à criação da Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa), no dia 7 de dezembro de 2016, para agilizar as investigações dos crimes de maus-tratos aos animais.

Infográficos / A Cidade

 

Ação

E a luta das ONGs de Ribeirão contra os maus-tratos causados pelo abandono foi parar na Justiça. Organizações ajuizaram uma ação civil pública contra a Prefeitura de Ribeirão Preto, alegando omissão e cobrando indenização de R$ 500 mil por recentes casos de abandono.

As ONGs AVA, Amaeco (Associação dos Amigos do Meio Ambiente e da Ecologia) e Focinhos S/A listaram acidentes envolvendo cavalos e gado nas ruas, abandono de bichos e maus-tratos para embasar a denúncia. (Colaboração: Gabriela Couto)



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