A 2ª Vara do Trabalho de Araraquara condenou nesta quarta-feira (2) o grupo Odebrecht ao pagamento de uma indenização de danos morais coletivos no valor de R$ 50 milhões, o maior da história da justiça trabalhista brasileira. A empresa é dona de uma usina na Angola em que cerca de 500 tabalhadores tinham condições quase de escravidão. Além disso, os empregados não tinham vistos de trabalho regulares.

Ouça a íntegra da entrevista de Vinicius Brino com o procurador do Ministério Público do Trabalho de Araraquara, Rafael de Araújo Gomes.

Em nota, a Odebrecht afirmou que os alojamentos dos trabalhadores eram adequados e tinham ótimas condições de higiene e lazer, além de contar com ambulatório médico e diversos serviços, como internet, TV e cabines telefônicas para ligações nacionais e internacionais gratuitas.

A empresa ainda diz que a alimentação oferecida aos brasileiros era adequada e que sempre respeitou o direito de ir e vir. Segundo o comunicado, todos os trabalhadores podiam retornar ao Brasil, e os custos seriam arcados pela própria empresa. A empresa também garante que as condições de trabalho eram aprovadas por autoridades angolanas.

Sobre a entrada dos trabalhadores na Angola, a empresa afirma que não houve irregularidade e que nenhum brasileiro passou por algum tipo de constrangimento quando chegou ao continente africano. A Odebrecht admite ser acionista, mas nega ser controladora da usina angolana, e afirma acreditar que a sentença vai ser reformada.