Eloi Emauel Pereira, apontado por ser o responsável pela arrecadação de recursos por meio do tráfico na região, foi preso em Leme (Foto: Reprodução / EPTV)

 Notícia atualizada às 14h07 de 23/5/2015

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado) desmantelou o núcleo responsável pela aquisição e distribuição de drogas e armas do PCC (Primeiro Comando da Capital) na região de Ribeirão Preto e prendeu três integrantes da facção criminosa.

Além de armazenar a mercadoria vinda de outros países, principalmente da Bolívia, o município servia de entreposto para a remessa de entorpecente e armas à facção criminosa Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro. 

Entre os presos está Eloi Emanuel Pereira, conhecido por “Skatista”, apontado como “Sintonia do Progresso da 16”. Ele seria o responsável pela arrecadação de recursos por meio do tráfico de entorpecentes nas cidades com código de DDD 16.

Os promotores apuraram que Eloi trazia maconha da Bolívia para Ribeirão Preto, por meio de caminhões. Os carregamentos chegavam a, até, uma tonelada.

Eloi também importava armamento de uso restrito, como fuzis Ak-47 fabricados na Romênia, que eram vendidos por até R$ 40 mil.

Além de distribuir o entorpecente para a região pelo PCC, ele também fornecia drogas e armas para o Comando Vermelho, que comanda o tráfico em boa parte das favelas cariocas.

As cargas de maconha enviadas ao Rio de Janeiro chegavam a 300 kg – que podiam render de R$ 270 mil a R$ 420 mil, dependendo da qualidade da droga.

Ele e seu braço direito no transporte das mercadorias, André Oliveira, foram presos na quarta-feira (20) em uma operação especial montada pelo Gaeco com apoio da Polícia Militar.

A dupla, dividida em dois carrros, trazia três fuzis para Ribeirão Preto. André foi interceptado com as armas pelos policiais, mas Eloi conseguiu fugir - ele foi detido à noite. No dia seguinte, Tiago Bento da Silva também foi preso.

Eloi, segundo o MP, é subordinado a Almir Rodrigues Ferreira, conhecido como Nenê do Simioni, preso desde desde 2007 por tráfico internacional de drogas. Na penitenciária de Presidente Venceslau 2, Nenê ocupa a cela ao lado de Marcos Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC.

Eloi tem várias passagens pela polícia. Na última, foi preso por tráfico de drogas em julho de 2013, mas foi solto em março de 2014 por um habeas corpus.

MP denuncia 12 por integrar facção

O Gaeco ofereceu nesta quinta-feira (21) denúncia contra 12 integrantes do PCC que tráficavam entorpecentes e atuavam no “tribunal do crime” na região de Ribeirão Preto.

Eles foram denunciados pelos crimes de organização criminosa armada, tráfico e associação ao tráfico, sequestro e tortura.

Entre os denunciados está André Nascimento, conhecido como Ronaldinho, considerado pelo MP uma das principais lideranças do PCC na região de Ribeirão Preto. Ele, segundo a denúncia, foi um dos participantes do julgamento de Igor Bernardo, Felipe da Silva e Ruberlei da Silva, desaparecidos entre 3 e 8 de março de 2015.

Presos já estão no CDP

Investigando Eloi desde fevereiro deste ano, o Gaeco realizou uma megaoperação em conjunto com a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária para prender a quadrilha.

Na manhã da última quarta, a rodovia Anhanguera, no trecho de São Paulo a Ribeirão Preto, ficou repleta de viaturas, pois os promotores suspeitavam que Eloi trazia um carregamento de armas.

Os policiais conseguiram abordar o veículo Zafira em que André Luis, braço direito de Eloi, carregava três fuzis calibre .762, sendo um deles uma Ak-47 - armamento utilizado pelo exército russo.

Eloi estava em outro veículo e conseguiu escapar. Ele passou à noite em sua casa, no bairro Ipiranga, e tentou fugir para São Paulo. A PM, entretanto, conseguiu detê-lo em Leme.

Na manhã de quinta, 26 policiais da Força Tática cercaram a casa de Tiago Bento da Silva, no bairro Jockey Club, em Ribeirão.

Tiago ajudava Eloi na distribuição das drogas, e em sua casa foram encontradas duas armas de calibre longo e um caderno de anotações do tráfico.

O trio irá responder por tráfico de entorpecentes, associação criminosa e posse de armas de uso restrito. Eles estão presos provisoriamente no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão Preto. A operação também prendeu Matheus Roque Tavares em flagrante por posso de armas.