O diretor da Polícia Civil de Ribeirão Preto, João Osinsk, relacionou o último ataque a carro-forte na região de Ribeirão Preto, ocorrido na noite desta segunda-feira (13) entre Orlândia e Sales de Oliveira, com o tráfico de drogas.  

Durante entrevista à EPTV, disse que as quadrilhas têm buscado dinheiro de forma rápida para suprir a atuação constante da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) contra o crime organizado.  

"Podemos afirmar que esse trabalho incessante vem causando prejuízos a eles, retirando toneladas de drogas das ruas. Logicamente, essa droga precisa ser paga por aquele que a perdeu, e o único lugar que existe dinheiro em grande quantidade é nos caixas eletrônicos ou então em carros-fortes", explica.  

E mais: para o delegado, não há dúvidas sobre a articulação entre quadrilhas da capital com bandidos da região. "Ninguém sai de São Paulo caçando esses veículos. Eles sabiam que o carro estava carregado e tinham informações privilegiadas sobre o trajeto", completa.  

Tiros traçantes  

Durante a ação, que foi registrada às 19h30 na rodovia Anhanguera, próximo ao quilômetro 366, três veículos teriam interceptado o carro-forte e anunciado o assalto com tiros traçantes. Este tipo de munição contém fósforo na base ou ponta do projétil, deixando um rastro luminoso quando disparado. Marcas de tiros de fuzil também foram encontradas. 

Outro ponto que chamou a atenção da investigação foi a quantidade de explosivos usada na ação. O carro ficou completamente destruído. O teto foi arrancado com a explosão.  

"Acreditamos que, às vezes, eles erram na dose porque não sabem o tipo de blindagem que foi usado. Desta vez, foi tanto que parte do dinheiro acabou sendo perdido também", finalizou Osinsk. O valor roubado pela quadrilha, que ainda não foi identificada, não foi divulgado.  

O ataque  

O veículo havia saído de Orlândia e tinha como destino Ribeirão Preto. Pela noite, o motorista do carro-forte foi fechado por um dos carros do grupo. Ele perdeu o controle da direção e andou aproximadamente 50 metros sobre a grama, até bater na cerca de uma fazenda.  

Os criminosos abriram fogo e os quatro vigilantes foram obrigados a sair. Dois deles ficaram feridos no braço e na mão. Em seguida, colocaram os explosivos e conseguiram fugir com todo o dinheiro transportado pela empresa. Ninguém foi preso.  

As vítimas foram socorrida a Santa Casa de Orlândia, mas, devido a gravidade precisaram ser transferidos para a unidade de Ribeirão Preto. Ambos permanecem internados, mas passam bem.