Gaeco pede nova prisão de advogado denunciado na Operação Têmis

17/04/2018 14:55:00

Ministério Público argumenta que Klaus Felipe Lodóli alterou a senha e usuário de uma conta bancária que tinha sido bloqueada pela Justiça e fez pagamentos de títulos no valor de R$ 39 mil


O advogado Klaus Felipe Lodóli corre risco de ser preso novamente (Foto: Weber Sian / A Cidade)
  

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) entrou com um pedido na Justiça para que o advogado Klaus Felipe Lodóli volte a ser preso. O advogado é um dos denunciados na Operação Têmis.  

O pedido de prisão preventiva foi feito ao juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Ribeirão Preto.  

O argumento do Ministério Público é de que entre os dias 6 e 9 de abril Klaus alterou a senha e usuário de uma conta bancária do escritório dos quatro advogados denunciados na operação, que tinha sido bloqueada pela Justiça e, com isso, o advogado conseguiu fazer pagamentos de títulos no valor de R$ 39 mil entre os dias 10 e 13.  

A movimentação ocorreu após o advogado ser solto, no dia 20 de março. Os promotores alegam que Klaus não poderia mexer na conta bancária sem autorização da justiça, nem movimentar dinheiro que já estava depositado.   

Outro lado  
Procurado pela EPTV, o advogado de Klaus, César Augusto Moreira, não quis se manifestar sobre o pedido do Gaeco. (Com EPTV) 

Entenda o caso
As investigações da Operação Têmis, sob a responsabilidade do Ministério Público e da Polícia Civil, resultaram em denúncia contra dez pessoas. Todas vão responder por organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica, fraude processual e violação do sigilo bancário. A estimativa é que, se continuassem atuando, os criminosos poderiam causar prejuízo superior a R$ 100 milhões.

As investigações começaram há dois anos, após juízes do Fórum de Ribeirão Preto encaminharem ofícios à Polícia Civil alertando que um grupo de advogados utilizava modus operandi suspeito em ações de reposição de perdas financeiras pelas mudanças nos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.

Os advogados utilizavam documentos de vítimas para ingressar com até 22 ações em nome de cada uma delas, sem que soubessem. De acordo com o Ministério Público, só em Ribeirão Preto o grupo de advogados ajuizou cerca de 53 mil processos, sem contar outros 30 mil recursos no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Em caso de vitória, segundo o MP, o grupo ficaria com o dinheiro. Para dificultar a descoberta da fraude, eles pediam que a tramitação ocorresse sob segredo de Justiça. A Polícia Federal também investiga a eventual participação do vereador Isaac Antunes (PR) no esquema.

De oito pessoas presas na operação, cinco foram soltos por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Outros três fizeram delação premiada. 

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