Fernanda foi morta a facadas antes de ter corpo carbonizado

13/04/2018 15:32:00

Perícia realizada nesta manhã ajudou a Polícia Civil a desvendar a dinâmica do crime registrado na casa da vítima, no Parque Bandeirantes

 

  

 

Perícia feita na casa da publicitária Fernanda Aparecida Delarice, 36 anos, que teria sido assassinada pelo marido, o empresário Otávio Rodrigo Dias da Silva, 36, foi realizada nesta sexta-feira (13) e ajudou a Polícia Civil a desvendar a dinâmica do crime. 

Pelos vestígios de sangue e sinais de arrombamento no banheiro, o delegado Cláudio Salles Júnior, responsável pelas investigações, concluiu que "no dia 30 de março houve uma discussão [entre o casal] pela manhã, quando Fernanda se trancou no banheiro e Otávio arrombou a porta. Muito provavelmente ele esfaqueou a vítima em cima da cama, devido a grande quantidade de sangue encontrada no colchão", explica.   

O delegado do Setor de Homicídios da DIG disse que os peritos encontraram manchas de sangue espalhadas pelo banheiro e quarto do casal, além do canivete usado por Otávio Rodrigo para matar a mulher.
 
Luminol

O imóvel, localizado à rua Afonso Schmidt, no Parque Bandeirantes, zona Leste de Ribeirão Preto, passou por aplicação de uma substância química conhecida como luminol, capaz de fazer aparecer traços de sangue até então invisíveis a olho nu.    

Esse mesmo tipo de substância foi usada pela Polícia Técnico-Científica no esclarecimento da morte da menina Isabella Nardoni, ocorrida em 23 de março de 2008.  

Na primeira diligência do delegado, a residência foi encontrada com sinais de limpeza, a fim de esconder os vestígios do crime. O circuito de segurança da casa também foi levado.  

ACidade ON apurou, ainda, que o casal estava junto há quatro anos, mas morava naquele imóvel havia menos de três meses. Antes disso, eles moram num apartamento na mesma rua.    

Violência doméstica 

As brigas entre o casal eram constantes, segundo relatos de vizinhos aos policiais. Segundo a Polícia Civil, Fernanda já havia registrado queixa de violência doméstica contra Otávio.  

O delegado informou que vai concluir o inquérito e pedir a prisão preventiva do empresário, que está foragido desde a data do crime. Ele deverá responder pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver.  

Após matá-la, Otávio Rodrigo teria levado o corpo de Fernanda para um canavial enrolado num tapete e ateado fogo.  O cadáver foi achado carbonizado em Jardinópolis.

Mais um suspeito  

O segundo homem envolvido no caso, que já foi identificado pela investigação, mas teve o nome preservado, pode ser indiciado apenas pelo segundo delito. "Apesar de já ter sido ouvido, estamos segurando porque as informações que ele tem são bastante relevantes para nós", conclui.  

A suspeita é que ele tenha ajudado Otávio a transportar o corpo.  

Feminicídio  

No último dia 10, a polícia instaurou inquérito para investigar o desaparecimento de Fernanda, ocorrido nas vésperas da Páscoa. Em imagens colhidas por investigadores, a mulher foi flagrada entrando na casa que morava com o marido, carregando sacolas.  

Depois disso, não apareceu mais nos vídeos, enquanto o marido chegou a ser gravado.  

Relatos da família apontavam, ainda, que um corpo encontrado carbonizado no dia seguinte, na área rural de Jardinópolis, poderia ser da vítima.  

O setor de homicídios pediu um exame de DNA, mas foi uma tatuagem de borboleta que Fernanda tinha no pé que ligou um crime ao outro.  

Essa parte não chegou a ser atingida pelo fogo e, por isso, Otávio passou a ser o principal suspeito do crime, classificado como feminicídio.  

Até o momento, não há pistas concretas do desaparecimento dele. A informação é que o acusado fugiu no próprio carro e pode estar escondido em Minas Gerais.  

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