Funcionário acusa ex-patrão de contratar serviços em seu nome

21/03/2018 08:28:00

Com medo de ficar com o nome sujo, jovem de 19 anos procurou a polícia e registrou a ocorrência


O ex-funcionário de uma empresa sediada no Centro de Ribeirão Preto acusa o ex-patrão, dono da empresa Nipobras, de contratar serviços de TV por assinatura em seu nome, sem sua autorização. A dívida foi encontrada por acaso e já soma mais de R$ 300.  

Na tarde desta segunda-feira (19), Felipe Matheus Dias da Costa, de 19 anos, procurou a CPJ (Central de Polícia Judiciária) e registrou um boletim de ocorrência como vítima de estelionato.  

"No ano passado eu encontrei um anúncio de emprego no jornal e fui até o local, para trabalhar com venda externa de serviços de telecomunicações e TV a cabo. Fiquei na empresa até setembro, quando pedi demissão. Eu não estava conseguindo conciliar o horário de trabalho por causa de um curso e do serviço militar", explicou o jovem.  

Entre os meses de novembro e dezembro do ano passado, Felipe começou a receber ligações de números desconhecidos, mas quando ele atendia, desligavam. "Eu joguei o número na internet e descobri que era de uma empresa que vende televisão a cabo. Fiquei desconfiado", comenta.  

Segundo a vítima, em fevereiro deste ano seu ex-chefe telefonou e disse que ela tinha um dinheiro para receber referente a vendas. "Nós conversamos e eu até voltei a trabalhar na empresa, com a promessa de receber uma ajuda de custo de R$ 580 e que depois ele assinaria minha carteira de trabalho", alega o ex-funcionário.  

Felipe conta que nesta segunda passagem pela empresa foi colocado para desempenhar funções administrativas, para ajudar na organização do escritório. "Há aproximadamente 15 dias, justamente quando eu estava organizando documentos, encontrei contas de TV por assinatura em meu nome, mas com o endereço da empresa".  

O susto foi grande e o funcionário questionou o ex-patrão, que teria prometido resolver o problema. "Em um primeiro momento, ele disse que não entendia como isso poderia ter acontecido, mas logo sem seguida culpou uma ex-colega de trabalho por ter feito a venda em meu nome, mas disse para eu ficar tranquilo que ele iria resolver tudo".  

A ex-colega citada aparece no boletim de ocorrência como testemunha, pois ela acompanhou o registro da ocorrência na Polícia Civil. Ela nega ter utilizado os dados de Felipe.  

Preocupado com a possibilidade de ficar com o nome sujo, o ex-funcionário continuou procurando por mais indícios de um possível golpe. "Depois eu encontrei um pedaço de papel com meu nome escrito errado, mas com os dados corretos, inclusive o CPF. Estava escrito com a letra dele, eu até peguei uma carta que ele havia escrito para comparar. Não precisa nem de perícia, tenho certeza que é a mesma letra", acusa o ex-funcionário.  

O que fazer?  

Para o especialista em direito do consumidor, Paulo Garde, a vítima deve ingressar na Justiça para garantir seus direitos. "Primeiro ele precisa entrar em contato com a empresa e cancelar imediatamente o serviço contratado sem autorização. Depois, precisa entrar diretamente com uma ação na Justiça, pois neste caso é possível receber indenização por danos morais", comenta.  

Felipe diz que já buscou orientação e que seu maior temor é ficar com o nome sujo por causa de dívidas que ele desconhece. "Fui atrás de um advogado, que me orientou a procurar a empresa de TV por assinatura e fazer um levantamento de todas as contas que estavam em meu nome, para depois registrar o boletim de ocorrência. Somando as duas contas encontradas, o valor passa dos R$ 300. Tem também uma carta do Serasa e agora eu não tenho condições de pagar".  

A reportagem do ACidade ON tentou ouvir o acusado, mas ele não atendeu as ligações. No número de telefone da empresa disponível na internet, a chamada também não completa. 




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