Busca de crédito via sistema de penhor tem alta de 12,4%

20/10/2014 09:57:00

Bens como joias e relógios podem ser entregues como garantia

18.mai.2003 - Renato Lopes / Especial
Para penhorar joia na Caixa Econômica Federal não é preciso ser correntista da instituição (foto: Renato Lopes / Especial)

Uma das linhas de crédito mais antigas está em crescimento no Brasil. Segundo a Caixa Econômica Federal, o número de penhoras realizadas no primeiro semestre de 2014 cresceu 12,4% em relação ao mesmo período de 2013, com aplicação de R$ 624 milhões de novos recursos.

Ainda segundo a Caixa, há predominância do público feminino nos clientes do penhor. A maioria tem mais de 35 anos, renda na faixa de R$ 800 a R$ 4.500 e é dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

“O penhor é uma operação de crédito que se caracteriza por sua simplicidade. A facilidade de acesso ao crédito, a rapidez e os juros fazem do empréstimo sob penhor uma linha de crédito atrativa. A Caixa não exige avalista, já que o bem penhorado é a garantia do crédito”, afirma a gerente regional da Caixa, Cristina Angelica Ohofugi.

Joias em ouro ou metais nobres, diamantes, canetas e relógios originais de valor e pratarias autênticas são aceitos como garantia. Para contratar o penhor, basta levar o bem que será deixado como garantia, carteira de identidade, CPF e comprovante de endereço recente a uma agência da Caixa. O bem é avaliado e o empréstimo liberado imediatamente.

O valor do empréstimo varia de 10% a 85% do valor do bem oferecido como garantia. Em casos especiais, de clientes com bom histórico de crédito, o banco pode emprestar até 130% do valor de avaliação.

Os prazos para quitação do empréstimo variam de um a 180 dias, em parcela única. Entretanto, há também a opção por pagamento parcelado. Nesse caso, os prazos variam de dois a 60 meses.

A taxa de juros pré-fixados é de 1,93% a.m. “No vencimento, ou antes dele, o cliente pode renovar o contrato de parcela única por um novo período, com o pagamento dos juros correspondentes, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da TAR (Tarifa de Avaliação e Renovação). A renovação pode ser efetuada em qualquer agência da Caixa e nos terminais de autoatendimento”, explica Cristina. A TAR é de 0,6% sobre a avaliação.

Se a mensalidade não for paga e o cliente não renovar o contrato em 30 dias após o vencimento, os bens são leiloados.

Arte / A Cidade
Entenda como funciona o penhor de bens (arte / A Cidade)

Economista recomenda cuidados

A taxa de juros baixa e a falta de burocracia são dois grandes atrativos do penhor, segundo o economista Alexandre Nicolella. Porém, ele afirma que o planejamento financeiro é essencial e deve ocorrer antes de se pensar em uma linha de crédito. 

“Por que estou pegando o crédito? Esta deve ser a primeira pergunta a ser feita. Se o empréstimo é fruto de uma necessidade imediata ou para ser realizado um investimento e se a pessoa for organizada financeiramente, o penhor pode ser uma boa opção. Mas, se você já deve o cartão de crédito, cheque especial e financeira, é melhor ter cautela, se não corre o risco de você perder o bem que deixará de garantia”, diz Alexandre.

O economista orienta colocar as dívidas na ponta do lápis e pegar um empréstimo, como a penhora, só se o pagamento das parcelas não comprometerem a liquidação de outros empréstimos e, sim, ajudar a saldar as dívidas. 



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